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Uso de contraceptivo hormonal pode causar problemas como embolia pulmonar

Por Renata Farias

Uso de contraceptivo hormonal pode causar problemas como embolia pulmonar
Foto: Shutterstock
Entre os diversos métodos contraceptivos existentes, as pílulas anticoncepcionais são bastante utilizadas pelas mulheres. No entanto, o uso não deve ser feito de qualquer forma, apenas com recomendação médica. Mesmo assim, há casos em que a recomendação do ginecologista não é suficiente para evitar problemas graves. A publicitária Priscila Andrade, de 33 anos, por exemplo, sofreu uma embolia pulmonar devido ao uso de anticoncepcionais. Ela usava a pílula Diane 35 e, no final de 2014, decidiu mudar para Yaz, com recomendação de sua ginecologista. Em fevereiro deste ano, dois meses após a mudança de medicamento, Priscila começou a sentir falta de ar e decidiu ir ao médico para verificar o que estava acontecendo. "No começo, não sentia nada. Depois de dois meses, em um domingo, comecei a sentir falta de ar. Na terça, entrei no hospital por isso. Não era grave, mas como eu malhava e fazia boxe, isso estava me incomodando", contou. Ela fez exames de rotina, que não identificaram nenhum problema, até que um médico a chamou para fazer um exame específico que identificou uma suspeita de trombose. Após uma ressonância com contraste para confirmação do diagnóstico, a publicitária foi imediatamente internada. "Estava com embolia pulmonar nos dois pulmões. Fui internada e acompanhada por um pneumologista. No hospital, tomava um anticoagulante injetável. Fiquei uma semana internada e saí tomando um anticoagulante em pílula, que vou tomar durante um ano". Depois de exames, médicos explicaram que a ingestão excessiva de hormônio causou o problema. Priscila não foi informada que isso poderia acontecer.


A publicitária Priscila Andrade sofreu uma embolia pulmonar
Foto: Arquivo pessoal

A Organização Mundial da Saúde estabelece critérios médicos de elegibilidade para uso de métodos anticoncepcionais. Trata-se de uma lista de condições dos usuários que indicam limitações para o uso de cada método. Quatro categorias classificam os métodos contraceptivos: aqueles que podem ser usados sem restrições; outros que podem ser usados, mas têm alguns riscos; métodos que só podem ser usados com avaliação médica específica; e aqueles que apresentam riscos altos demais. No entanto, muitas vezes nem mesmo os médicos informam às pacientes os riscos de cada método contraceptivo. Com o objetivo de acabar com situações do tipo, foi até mesmo feita uma proposta popular de lei, por meio do Portal e-Cidadania, para que torne obrigatória a necessidade de exames de genética para verificar trombofilia antes da prescrição de anticoncepcionais. Apesar da tentativa de tornar o exame genético obrigatório e de todos os riscos causados, a ginecologista Tereza Guerra, do município de Alagoinhas, região do litoral norte e agreste baiano, afirmou que é difícil o acesso ao exame. Ela acredita ainda que são raros os casos de problemas. “O anticoncepcional é uma das drogas mais usadas no mundo inteiro, então é muito bem estudada. Os problemas que podem causar são eventuais. Alguns pacientes têm uma tendência maior por conta de um histórico familiar. Há poucos casos assim”. A ginecologista afirmou que não há um padrão para que ocorram problemas e que, em geral, os anticoncepcionais apresentam mais benefícios.


A coordenadora técnica Milena Moreira apresentou níveis muito baixos de testosterona por conta do uso contínuo de pílula
Foto: Reprodução/ Facebook

Outros casos podem ser considerados menos preocupantes quando comparados a uma embolia pulmonar, por exemplo, mas causam diversos transtornos para quem passa por eles. A coordenadora técnica Milena Moreira, de 24 anos, abandonou o uso de pílulas anticoncepcionais por conta de uma consequência do uso. "Faço uso de anticoncepcional desde os 19 anos. No ano passado [2014], fazendo um exame de rotina, a minha ginecologista percebeu que meu nível de testosterona estava muito baixo. Era quase uma menopausa", contou. Milena fez uso de diferentes pílulas, como Diminut, Yasmin, Yaz e Elani Ciclo, todos hormonais e recomendados por sua médica. "Eu tava tendo distúrbios psicológicos, parecia de fato uma menopausa e tinha TPMs muito fortes", disse. Após o diagnóstico do baixo nível de testosterona, a coordenadora técnica cortou o anticoncepcional e começou a tomar chá de amora, que poderia ser usado no lugar do medicamento de reposição hormonal, que ela escolheu não fazer. De acordo com sua ginecologista, o uso contínuo do anticoncepcional pode ter causado este efeito nocivo. "Algumas mulheres têm reações ao uso prolongado do hormônio, mas não há um padrão. Pode acontecer dentro de cinco anos, 10, 15, ou nunca", finalizou Tereza.