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Para Elsimar Coutinho, pesquisa médica no Brasil é encarada como ‘distração’

Por Francis Juliano

Para Elsimar Coutinho, pesquisa médica no Brasil é encarada como ‘distração’
Foto: Divulgação
Pesquisador reconhecido internacionalmente, o baiano Elsimar Coutinho ainda é pessimista quando o assunto é desenvolvimento da ciência médica no Brasil. A percepção se estende a países vizinhos e a lugares com condições semelhantes às nossas. “Pesquisa em países tropicais é distração. Ninguém investe”, declarou o médico em entrevista ao Bahia Notícias. Referência na área de ginecologia e planejamento familiar no mundo, Coutinho diz que lá fora as coisas tendem a andar com mais velocidade. “Quando a gente quer recurso para pesquisa vai para o exterior”, afirma para logo depois dar uma explicação: “Também no exterior existe fartura de recurso. Estados Unidos, França e Inglaterra bancam pesquisas científicas como objetivo central do país”. O médico é um dos palestrantes do 4° Encontro Norte-Nordeste de Ginecologia Endócrina que ocorre em Salvador até este sábado (5), no Hotel Fiesta (Itaigara). Na segunda participação no evento, na tarde desta sexta-feira (4), Elsimar Coutinho falou sobre as especulações, para ele infundadas, da relação entre reposição hormonal e aumento de casos de câncer. “Se hormônio desse câncer, os jovens teriam mais tumores, porque eles nadam em hormônios. Quando a pessoa deixa de produzir hormônio aí o câncer, aliás, todos os cânceres, começam a aumentar. A gente morre quando o hormônio vai embora”, considerou.


Foto: Luciana de Melo

Segundo o médico, a restituição de hormônios quando for aceita pela maioria da população não deve ter obstáculo de acesso via Sistema Único de Saúde (SUS). “A reposição hormonal é muito mais barata e não há justificativa econômica para que não seja ofertada”, relatou. Em estudos, Coutinho já manifestou a eficácia do método na diminuição de riscos de tumores malignos, como os da mama e do estômago, por exemplo. Ao final da conversa com o BN, ele cobrou mais investimento do Estado em políticas para a ciência no país e na Bahia e louvou o papel do estudo sistematizado no prolongamento da vida. “Sem ciência, a gente não faz nada. Sem ciência, nem eu nem você existiríamos porque não seríamos vacinados e nossos pais teriam morrido cedo. Através da ciência é que a gente pode viver com mais de 50 de idade com saúde porque temos vacinas para qualquer tipo de doença que matava cedo. Antigamente se morria de Sífils, Tuberculose e infecção banais”, discursou.