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Entrevista

O que é o parto humanizado? Saiba mais sobre o tema com uma obstetra humanizada

Por Renata Farias

O que é o parto humanizado? Saiba mais sobre o tema com uma obstetra humanizada
A obstetra humanizada Camila Rabello esclareceu dúvidas sobre parto humanizado
Um movimento a favor do parto natural humanizado vem ganhando forma e atenção no Brasil, país que registra o mais alto índice de cesarianas no mundo – 84% na rede privada e 40% na rede pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o máximo recomendado é de 15% dos partos. Para esclarecer algumas dúvidas sobre a prática, a obstetra humanizada Camila Rabello, da clínica Angiclin, conversou com o Bahia Notícias. Ela contou que, atualmente, não faz mais cesarianas agendadas, por acreditar em todos os benefícios que o parto normal traz para a mulher e o bebê.
 

A obstetra humanizada Camila Rabello esclareceu dúvidas sobre parto humanizado
Foto: Arquivo pessoal
 
Qual o conceito de parto humanizado?
É aquele que respeita as opções da mulher faz e sua autonomia no que diz respeito ao parto. A mulher se torna protagonista do seu próprio parto. Ela tem o direito de decidir tudo aquilo que seu corpo precisa até o momento do parto. Os profissionais que a acompanham são coadjuvantes, estão ali para ajudar só no que for necessário.
 
O acompanhamento pré-natal é diferenciado?
O acompanhamento pré-natal segue as diretrizes básicas existentes para qualquer gravidez, mas procura cultivar um ambiente de mais conforto e uma relação de mais intimidade. Também durante o pré-natal, os desejos da mãe são respeitados, contanto que não haja malefícios à sua saúde e do bebê.
 
Qualquer mulher pode fazer o parto natural humanizado?
Sim, qualquer mulher pode fazer o parto humanizado, mesmo aquelas que não podem ter um parto natural. A mulher pode fazer, por exemplo, uma cesariana humanizada. Teoricamente, todas as mulheres podem ter um parto natural, via vaginal, contanto que não exista nenhuma complicação no pré-natal, que não tenha um risco maior. De qualquer forma, caso haja a necessidade de cesariana, pode ser uma experiência humanizada.
 
Por ser cesariana, não deixaria de ser humanizado?
Não. Foge um pouco do preceito básico por conta da autonomia e controle do próprio corpo. No entanto, há casos de necessidade. A cesariana só é realizada quando há indicação médica incontestável, em caso de alguma complicação no pré-natal ou no momento do parto. De qualquer forma, o momento da mulher é respeitado.
 
Cordão umbilical enrolado no pescoço do bebê é uma indicação de cesariana?
Não. A maioria dos bebês nasce com circular de cordão. A minoria apresenta alguma ocorrência por conta disso. Isso pode, talvez, determinar uma demora maior no trabalho de parto, mas não é indicação para cesariana. Alguns bebês vão nascer rápido, mesmo com a circular, enquanto outros vão ter uma demora maior por conta da circular. O acompanhamento da evolução do trabalho de parto que vai dar uma indicação da necessidade de cesariana.
 
Se o bebê não estiver na posição adequada ao parto, o que é feito?
A posição fisiológica para o parto é a posição fetálica, com a cabeça para baixo. É o ideal e mais comum. Os bebês também podem nascer de bumbum. É um parto considerado fora do habitual, mas acontece. Já os bebês atravessados não nascem naturalmente. É necessário esperar o trabalho de parto ser iniciado, porque talvez ele consiga corrigir a posição com as contrações. Caso não aconteça, estabelece-se uma indicação de cesariana.
 
O médico obstetra é indispensável?
Não. Existem parteiras obstetras que são treinadas para assistir o parto natural. Elas não têm autonomia para fazer intervenção nenhuma, portanto, vão assistir obrigatoriamente partos naturais e de baixo risco. O médico obstetra se torna fundamental em uma gestação de risco e em um parto hospitalar.
 
Qual o papel da enfermeira obstetra e da doula?
A enfermeira obstetra dá um suporte técnico ao médico obstetra. Eles trabalham em parceria, constituindo uma dupla de assistência ao parto. São profissionais técnicos. O papel da doula é de conforto à mãe. Suporte emocional, físico, para os exercícios, massagens, entre outros. Ela também deve estar atenta às demandas da mulher desde o pré-natal, quando juntas decidem algumas questões e elaboram um plano de parto com tudo que desejam e não desejam durante o parto. O trabalho da doula só é concluído após o parto.
 
Assista a dois vídeos de partos humanizados, um em casa e outro no hospital, disponibilizados pelos pais na internet:
 

Nascimento da Isabela from Patricia Fietz on Vimeo.

Nascimento Mariana, parto natural hospitalar pélvico - 04/jul/2013 from Além D'Olhar fotografia on Vimeo.