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Alerta Masculino: Campanha Novembro Azul

Por Daniel Xavier Lima

Alerta Masculino: Campanha Novembro Azul
Foto: Divulgação
O mês de novembro tem sido um período de alerta para o câncer de próstata em todo o mundo, com campanhas de conscientização apoiadas e propagadas por instituições médicas, marcas de produtos esportivos e até cervejarias. A cor escolhida para a fita de alerta contra o câncer de próstata é o azul claro, assim como o branco que se refere ao câncer de pulmão, o amarelo ao osteossarcoma (tumor maligno nos ossos), o rosa ao câncer de mama, dentre outros.
 
O câncer de próstata é a segunda causa mais frequente de mortes em homens no Brasil. Em todo o mundo é o sexto mais comum, correspondendo a 10% de todos os tumores malignos. A próstata é uma glândula presente apenas nos homens, localizada à frente do reto e logo abaixo da bexiga. Sua função está relacionada com a fertilidade masculina, pois produz uma substância que compõe o sêmen. A doença que mais afeta a próstata não é o câncer, mas sim, a hiperplasia, que é o seu crescimento exagerado com consequências relativas à micção. O paciente com hiperplasia prostática pode manifestar dificuldade para urinar ou micções muito frequentes e essas manifestações são vistas principalmente a partir dos 50 anos de idade. Coincidentemente, essa também é a idade na qual o câncer da próstata comumente é diagnosticado.
 
Ao contrário da hiperplasia, o câncer não causa sintoma algum na fase inicial. Para que o diagnóstico seja suspeitado nessa fase ainda curável da doença, é fundamental que seja feita a avaliação urológica anual, com a dosagem do exame PSA no sangue e a realização do exame da próstata pelo toque retal. Nos casos em que o urologista detecta alterações significativas em algum desses exames, a biopsia prostática pode então confirmar ou não a presença do tumor. O conceito equivocado de que o rastreamento do câncer de próstata deve ser feito apenas nos pacientes com sintomas é um dos principais focos da campanha Novembro Azul. Quando os sintomas são devidos ao câncer, possivelmente esse homem já apresenta doença avançada, com remotas possibilidades de cura.
 
Existem casos em que o câncer de próstata se desenvolve muito lentamente, podendo levar muitos anos para causar algum dano ao indivíduo. Por outro lado, alguns tumores têm um comportamento mais agressivo e podem levar à morte se não forem tratados. O urologista deve avaliar o caso à procura de sinais de agressividade do tumor e discutir abertamente com o paciente as opções de tratamento, que podem inclusive incluir um acompanhamento temporário da doença.

O tratamento evoluiu de forma significativa nos últimos anos, com menor agressividade do tratamento cirúrgico e da radioterapia, que são as alternativas de tratamento curativo. Os possíveis efeitos colaterais, que são principalmente a impotência sexual e a incontinência urinária, são menos frequentes do que no passado e são passíveis de tratamento, quando necessário. O que não se pode ignorar é que o rastreamento do câncer de próstata levou à redução de 40% na mortalidade desse tumor em todo o mundo nos últimos anos, além de ter evitado muito sofrimento. Assim, o que se espera da campanha Novembro Azul é uma conscientização ainda maior e que os homens contem cada vez mais com seus urologistas para gerar saúde e qualidade de vida.
 
 
Daniel Xavier Lima, mestre e doutor em Cirurgia pela UFMG e médico Urologista do Biocor Instituto