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Aliviado, Wagner critica OAS e Odebrecht e avisa que metrô não terá passageiros na Copa

Por Sandro Freitas

Aliviado, Wagner critica OAS e Odebrecht e avisa que metrô não terá passageiros na Copa
Fotos: GOV BA
Aliviado e “alegre” com o final da etapa mais burocrática do processo de licitação do metrô, mas “decepcionado” com as construtoras baianas Odebrecht e OAS. Os sentimentos foram destacados pelo governador Jaques Wagner (PT) ao comentar a abertura da oferta da Companhia de Participações em Concessões (CPC), nesta quarta-feira (21), única a apresentar uma proposta para tocar a obra e gerir o sistema metroviário entre Salvador e Lauro de Freitas. A empresa vai receber um repasse anual de R$ 127,6 milhões do Estado para a administração do metrô por 27 anos. A oferta do grupo encabeçado pela paulista CCR foi 5,05% menor do que o pedido pelo governo, que era de R$ 3,680 bilhões, para a Participação Público-Privada (PPP). O contrato será assinado em outubro, já que é preciso esperar um prazo para possíveis recursos de outras empresas, mas Wagner adiantou que não será possível ter o metrô com passageiros na Copa do Mundo, como prometido anteriormente. Isso porque a licitação teve um atraso de um mês para ser finalizada, a pedido das empreiteiras baianas. “Estou alegre por cumprir esta 2ª etapa, com cheiro de última, da licitação. Segunda-feira (26) os diretores da empresa [CCR] devem vir à Bahia e depois [em outubro] vamos assinar o contrato e iniciar a obra. A licitação estava marcada para junho, mas foi transferida para agosto a pedido de empresas participantes e isso empurra o prazo de junho. O compromisso [da empresa] é de na Copa ter a operação assistida e não comercial. Não posso demandar outro, pois a licitação aconteceu 30 dias depois do previsto”, explicou o governador, que ainda comemorou a nova etapa após 13 anos da primeira licitação: “Finalmente o metrô de Salvador entra na linha, está garantido, temos a empresa”.
 

 
O atraso se deu por um pedido das construtoras OAS e Odebrecht, que participaram de toda a etapa inicial do processo, mas desistiram no último momento. O motivo? O governador disse que não tem ideia: “Tem que perguntar para eles. Se tiver resposta me conte”, brincou. No entanto, ele revelou que a briga foi pelo lucro, pois o governo estabeleceu o limite de 8% e as empreiteiras acreditavam que o edital daria margem para ganho de apenas 4%. “Foram seis reuniões com os quatro grupos e centenas de perguntas. [...] A Invepar [consórcio formado por Odebrecht e OAS] venceu a primeira etapa, de manifestação pública de interesse, e tinham mais condições de ganhar. Não nego a frustração e a decepção. Entendiam que o nosso primeiro cálculo estava R$ 1,2 bilhão abaixo do razoável. Pediram mais um mês para checar e isso empurrou a licitação para agosto. Depois estava R$ 700 milhões acima e me disseram: ‘Olha vai dar vazio’. Eu disse: ‘Estou seguro dos meus cálculos, vocês não me provaram e não vou botar [dinheiro a mais]. A licitação provou que os cálculos não eram loucos, porque a CCR entrou com desconto para fazer graça. Perguntem à CCR, acho que eles não são loucos”, declarou. Wagner ainda explicou que a necessidade de estabelecer um taxa de lucro máxima serve para não onerar os passageiros, que poderiam ser afetados com valores mais altos da passagem. Na oferta da CCR, a passagem está prevista em R$ 3,10 somente para o metrô e R$ 3,90 para uso do metrô com integração que possibilita o uso de até dois ônibus. 
 

 
Em setembro, a presidente Dilma Rousseff vai anunciar uma verba extra de R$ 700 milhões para que a Linha 1 possa ir de Estação Pirajá até Águas Claras, onde ficará a nova rodoviária, já que o terminal de ônibus terá de deixar a região do Iguatemi, por onde vai passar a Linha 2. A obra será às margens da BR-324, sendo que o grupo CCR tem 180 dias para apresentar o projeto, que deve ser executado pelo governo e administrado pelo próprio consórcio. Ao final da entrevista coletiva no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, o governador do Estado criticou novamente a Odebrecht e a OAS. “Tem empreiteiro que vai até o limite para beneficiar a cidade natal, mas fazer o que se as empresas baianas quiseram que o metrô da capital tivesse uma marca paulista”, resumiu Wagner. A prefeitura terá como contrapartida no projeto do metrô a desoneração de ISS (Imposto Sobre Serviços). O chefe do Executivo baiano adiantou que agora trabalha para viabilizar a transformação dos trens do Subúrbio em metropolitano, saindo de Salvador, passando pela Região Metropolitana e chegando até Alagoinhas.