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Entrevista

Battata diz estar preparado para comparações com o irmão Felipe Pezzoni, cantor do Eva

Por Rafael Albuquerque

Battata diz estar preparado para comparações com o irmão Felipe Pezzoni, cantor do Eva
O cantor Battata já chega ao cenário musical baiano com o peso das comparações com seu irmão Felipe Pezzoni, novo vocalista da banda Eva. Apesar de se dizer preparado, ele sabe que esse início de carreira traz muitas dificuldades. Amante da percussão, Battata concedeu entrevista à Coluna Holofote e falou sobre críticas, influências e projetos. 
 
 
Coluna Holofote: Como você percebe a mudança de tratamento do público de quando você fazia parte da banda Levaê para agora, que você atende pelo nome artístico de Battata?
Battata: Na verdade ainda é cedo pra falar sobre isso. Essa mudança ainda está acontecendo. Eu vim de um projeto, o Levaê, onde eu passei três anos, e mudei para o projeto Battata. A gente fez o lançamento em agosto, tem pouquíssimo tempo. Eu costumo dizer que é uma fase de conquista que estamos passando e é para as pessoas absorverem o projeto e entenderem o que é.

CH: Quando você resolveu entrar para a vida artística?
Battata: A música aconteceu de uma forma muito natural em minha vida. Minha família é muito musical. Meu pai sempre gostou de percussão. Eu comecei a tocar profissionalmente com uns 12 anos. Daí eu tomei gosto pela música, comecei a cantar no chuveiro, em luau etc. Então surgiu a proposta de um amigo meu pra uma banda de samba, aquele samba carioca, mais romântico. Eu entrei como vocalista, mas fiquei pouquíssimo tempo. Foi quando meu irmão, que é meu empresário até hoje, viu, gostou e apostou em mim.  Depois demos início ao projeto Levaê. Foi bacana, uma escola. Agora surgiu essa proposta com a Carreira Solo, a Mude e a Penteventos. A gente ficou procurando um nome...

CH: Mas porque esse nome?
Battata: O apelido Battata foi dado por meu pai na infância. Eu era gordinho e ele me chamava de batatinha. Todo mundo começou a me chamar assim e o apelido pegou. Como todo mundo me conhece assim, ficou Battata. Cogitamos colocar o nome de um grupo, uma banda. Daí pensamos: por que não Battata? Todo mundo concordou e eu fiquei feliz pra caramba porque foi um apelido dado por meu pai e tem muita verdade nisso.

CH: Você já passou por bandas de diversos segmentos. Como você pretende mesclar isso tudo em sua sonoridade?
Battata: Quando iniciamos o projeto, passamos três meses em laboratório criando uma sonoridade diferente, trazendo influencias de coisas que nós gostamos. Temos influencias de diversos ritmos, mas nossa banda é de axé. Aliás, o axé é uma mistura e por isso é tão rico.
 

CH: Quais suas influências musicais?
Battata: Ah, ouço muito Brown, que é uma referência musical. Gosto também de Gilberto Gil, Bruno Mars, Rick Martin. São vários.

CH: Você está seguindo o caminho inverso dos que começam carreira em banda e depois partem para a carreira solo. Qual a grande dificuldade?
Battata: No início eu tive receio, pois não é uma coisa comum. Quando a gente fez o projeto já tínhamos a ideia de não seguir regras, de seguir diferente. A gente sabe que a lei natural de muitas bandas é o inverso, mas resolvemos ousar e começarmos usando o nome. Os artistas, principalmente os baianos, ficam algum tempo em banda e depois partem para carreira solo. Nós pulamos essa etapa. Isso não tem sido e nem vai ser problema. Acho que vai ser mais fácil para as pessoas assimilarem e me conhecerem.

CH: Um de seus irmãos é seu empresário, mas o outro é Felipe Pezzoni, cantor da banda Eva. Ele sempre te deu apoio? Vocês chegaram a trabalhar juntos em algum projeto?
Battata: Não cantando juntos. Ele cantava numa banda de forró e eu tocava percussão. Foi a única vez que trabalhamos juntos. Mas sempre conversamos muito sobre música e ideias, e ele sempre me apoiou.

CH: Mas você se acha preparado para lidar com as comparações e críticas que certamente vão surgir?
Battata: Tô e eu acho que isso é natural. Tenho trabalhado minha cabeça, pois sei que isso vai acontecer. Eu procuro fazer meu trabalho com minha verdade. O projeto dele é dele e tem a cara do Felipe. O meu projeto tem minha cara.

CH: Vocês já conversaram sobre isso?
Battata: Já, sim. A gente conversa sobre tudo. Eu sei que a comparação vai acontecer, mas não estou muito preocupado com isso.  Minhas preocupações são outras e não são poucas, porque esse começo de carreira a gente sabe que é complicado.

CH: Fala um pouco da receptividade do público em seu show de estreia.
Battata: Foi maravilhosa. A gente escolheu o Tarantino, uma casa de shows pequena, justamente pra lançar uma onda bem intimista, com muitos amigos, parentes, a galera do meio da música. Aliás, as participações de Felipe e Levi (Lima) foram ótimas. Eles são pessoas que me ajudaram demais e são grandes exemplos de conquista. Graças a Deus a repercussão foi muito bacana. Como eu disse, é uma fase de conquista. Não queremos atropelar as etapas. Não adianta você querer fazer sucesso de um dia pra o outro.

CH: Como foi a escolha da música “Desliza” para ser trabalhada?
Battata: A musicalidade do projeto é uma mistura de vários ritmos. A gente tinha outras músicas pra colocar, mas “Desliza” é a que hoje melhor representa nosso projeto. Nosso repertório tem uma coisa diferente. Quando você ouve “Desliza” você percebe que não é uma coisa que você tá acostumado a ouvir.
 


CH: Você já compõe há muito tempo?
Battata: Eu tinha algumas músicas que eu nunca tinha mostrado, mas eu comecei a me dedicar mais a isso depois desse projeto. Cassinho, meu tecladista e rapper, é um compositor nato. A gente começou a se encontrar para compor e tal. Teve uma viagem para Tocantins que fizemos cinco músicas no ônibus. A coisa começou a fluir e eu tomei gosto.

CH: Qual o grande atrativo do seu repertório?
Battata: O legal do repertório de qualquer banda é você não ter regras. Uma banda de axé não precisa só tocar axé. Mas também não acho legal você transformar numa banda baile. Acho que temos vários tipos de música, mas trouxemos tudo com a nossa cara. A gente fez um catado de MPB, funk, pagode, reggae. Tudo com a nossa cara, com novas roupagens.

CH: Para finalizar, há alguma pretensão de gravar CD por agora e já há algum projeto para o verão?
Battata: A gente gravou um CD promocional “Bastidores” há pouco tempo, mas já estamos produzindo aos poucos o CD de carreira. Tudo está sendo feito com cautela e capricho. O “Bastidores” foi feito bem à vontade, dentro de uma casa de shows vazia. No CD tem as falas dos bastidores, tudo bem descontraído. Tem muita banda que faz CD dizendo que ao vivo, mas que na verdade é gravado no estúdio e usam a ambiência. Tudo isso soa muito artificial. O CD de carreira terá participações. Para o verão temos a ideia de ensaios semanais, mas tudo indica que vai ser lá em Vilas do Atlântico, em um projeto com a cara do verão, cara de praia. Pra o carnaval ainda não nada certo. Mas a gente deve fazer alguns camarotes e toca em outros estados. Aliás, nosso objetivo agora é fazer com que as pessoas de outras localidades conheçam nosso trabalho.

Fotos: Cláudia Cardozo // Bahia Notícias