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Marca Bahia Notícias Holofote

Entrevista

'Sou totalmente diferente de Robyssão', compara novo vocalista da Black Style

Por Rafael Albuquerque

O cantor Rick Ralley tem a difícil missão de substituir Robyssão na banda Black Style, que comandou o grupo por muitos anos com um nível de popularidade fenomenal. Mas o novo vocalista não se intimida e enfrenta o desafio da mesma forma como driblou as dificuldades no início da carreira, tocando na periferia de Salvador. Nesta entrevista, Rick fala até sobre as a relação do pagode com a violência e com as drogas e, em um momento mais polêmico, sobre o estilo que o grupo vai seguir. Será o da baixaria? Confira a entrevista completa:
 

Fotos: Lucas Franco / Bahia Notícias
 
Coluna Holofote: Fale um pouco de sua trajetória até assumir os vocais da Black Style.

Rick Ralley: eu comecei minha carreira com 16 anos na Boa Vista do Lobado com bandas de bairro. A primeira banda de expressão que eu entrei foi Suingue do P, que teve certo nome em Salvador. Depois passei pela banda Barabadas e NoizPod.

CH: No site da banda há o slogan “o mesmo som, um novo show”. Isso significa que você vai dar continuidade ao que já era feito pelo antigo vocalista?

RR: O slogan é bem do que está rolando. Vai ser o mesmo som, a mesma banda. Vamos continuar com o estilo pagofunk, um gênero que Salvador já conhece. Vamos deixar da mesma maneira. E o novo show é porque tem um novo cantor, uma nova cara, um novo jeito.

CH: Como surgiu o convite para assumir a Black Style?

RR:
Eu estava na praia comentando que a Black Style estava sem cantor. Quando foi de noite Roque me ligou e eu nem acreditei que era ele. Era muita coincidência. Não passava em minha cabeça, pois era só um sonho. Ele falou comigo e deu tudo certo.

CH: Você já acompanhava a Black Style antes?

RR:
Sim. O engraçado é que eu era muito fã. Eu estava até olhando uma foto que postei no Instagram de quando eu estava na casa de um amigo escutando tanto o CD da Black Style que a bateria do carro arriou. Depois eu vi a foto e pensei: ‘que ironia’.

CH: Mas você teve ou tem algum tipo de contato com Robyssão, ex-vocalista da banda?

RR: Não. Foi tudo através de empresários.

CH: Mas o que o público pode esperar desse novo show?

RR:
Muitas novidades, músicas novas, um show mais dançante, mais sensual, com convidados. Realmente um novo show.

CH: Você pretende continuar trabalhando as músicas da antiga formação ou vai lançar diversas inéditas?

RR:
Vamos lançar mais inéditas desse disco que a gente gravou, mas vamos trabalhar as músicas que já são fortes em Salvador e que não podemos deixar passar.

CH: Qual sua grande inspiração na música?

RR:
Hoje em dia, com a internet, a gente fica sujeito a várias influências. Eu gosto muito da música americana, mas o que me levou a cantar mesmo foi o pagodão de Salvador. Eu era muito fã do Pagodart, na época com Flavinho. Sou fã dele até hoje. A partir daí eu decidi que queria ser cantor.

CH: Fora Flavinho, o que mais você escuta?

RR:
Ah, eu sou muito eclético, escuto de tudo. Artista que me inspiram são como Cris Brown, além do ritmo sertanejo, pagode e funk. Sempre gostei de [MC] Buchecha, Naldo.

CH: Há muita crítica com relação ao som da Black Style, pois justificam que a banda usa letras de funk carioca e só transforma em pagode. Como isso realmente funciona?

RR:
Não é bem assim. As músicas que a Black Style gravou de pagofunk foram parcerias com MCs cariocas. A maioria foi assim. Algumas realmente foram só regravações, mas dando um ‘salve’ para o verdadeiro dono da música.
 

CH: E você está em contato com esses MCs?

RR:
Já, sim. Inclusive a música de trabalho, “Quadradinho”, em parceria com MC Moreno e MC Ramonzinho, que é músico da Black Style. Essa já está nas rádios.

CH: Vocês já estão preparando um DVD?

RR:
Sim. Vamos gravar cenas em Salvador e no Rio. Serão clipes gravados, no mesmo estilo do DVD anterior.

CH: O pagode baiano passou por algumas fases. A do Tchan, a do Harmonia do Samba e a mais recente, de bandas como A Bronkka e New Hit. Qual diferença você percebe do início do pagode para os dias atuais?

RR:
A transformação é imensa. O ritmo mudou. Foram inseridos elementos mais envolventes, mais sensuais, com mais influência eletrônica. Eu acho que evoluiu para melhor.

CH: Além da questão da mudança sonora, há crítica com relação às letras. Muitas vezes se liga o pagode à sexualidade, drogas e violência. Qual sua opinião sobre isso?

RR:
Tem muitas bandas que incitam a violência e a baixaria. Mas atualmente a galera está pegando mais pesado. Se a gente for reparar, isso vem desde o “pinto do meu pai”. Algumas bandas hoje se excedem.

CH: Mas qual linha a Black Style pretende seguir?

RR:
A linha do pagofunk (risos). A gente está procurando colocar letras mais dançantes, coreográficas e evitando esse tipo de coisa.

CH: Você está assumindo uma banda que já tem um público grande e fiel a Robyssão. Passar por sua cabeça a possibilidade de ser rejeitado?

RR:
logo quando eu entrei foi uma preocupação muito grande, porque sou totalmente diferente de Robyssão, voz, aparência, etc. Só que o medo saiu com a participação que a gente fez em Petrolina. A galera me abraçou de tal maneira que o medo foi pra fora. Mas no início foi muito difícil.

CH: Foram muitos downloads do CD de vocês em tão pouco tempo. Como funciona a divulgação do trabalho da Black Style na internet?

RR:
Foram mais de 600 mil downloads, um número realmente expressivo. A gente lança o CD e joga na internet. Esse último bateu 300 mil downloads em dois dias. Acho que em todas as bandas que já passei não teve essa quantidade (risos). Eu sou muito ligado a esse lance de internet com Face, Instagram, Twitter. A galera manda muita força.

CH: Falando nisso, como é sua relação com os fãs?

RR:
É muito boa. Eu procuro sempre estar próximo a eles. Quando eu entrei na Black surgiram muitos outros fãs. Juntou os fãs que eu já tinha com os da Black, que me abraçaram.

CH: E o assédio?

RR:
Rola (risos). Mas é tranquilo. Eu procuro aceitar da melhor forma.

CH: Do cenário musical baiano, com quem você tem vontade de fazer um dueto?

RR:
Sem dúvida, Márcio Victor, Xanddy e Léo Santana. São ícones do pagode e é o sonho de qualquer cantor fazer dueto com eles. Tem também Tomate, Tatau.

CH: Como é para você ter começado a carreira artística em um bairro popular, carente, e depois ficar famoso e ser reconhecido?

RR:
A gente pensa em tanta coisa que a gente já passou e que teve tanta gente apoiando. Muita gente me ligou me parabenizando quando eu assumir a Black e isso não tem preço.
 

CH: E a família apoiou?

RR:
Sempre. Quando eu falo minha família me refiro a minha mãe, que mesmo com todas as dificuldades sempre me apoiou, me deu força.

CH: O que você diria aos cantores que estão na batalha e que ainda não conseguiram alcançar um lugar de destaque como o seu ainda?

RR:
a mensagem é uma só: foco, força e fé. A gente tem que ter isso não só na música, mas na vida.

CH: Deixa uma mensagem para a galera que acompanha a Coluna Holofote.
 
RR: quero convidar todo mundo para estar no Armazém Vilas no dia 30 de abril pra conferir o show da Black Style. Um show novo e participações especiais. Um abraço para a galera toda do Bahia Notícias.

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