Chico Buarque est&aacute; de volta aos palcos. E a estreia nacional de sua turn&ecirc; Caravanas - inspirada em seu novo disco, hom&ocirc;nimo, lan&ccedil;ado em agosto -, ocorre na noite desta quarta-feira&nbsp; (13), no Pal&aacute;cio das Artes, em Belo Horizonte - a estreia de seu show anterior, Chico, tamb&eacute;m foi na capital mineira, h&aacute; 6 anos. No Pal&aacute;cio das Artes, a temporada se estende at&eacute; dia 17 de dezembro. O tour ser&aacute; retomado no ano que vem, de 4 a 21 de janeiro, no Vivo Rio; de 1&ordm; a 11 de mar&ccedil;o e de 22 de mar&ccedil;o a 1&ordm; de abril, no Tom Brasil; e depois segue para outras capitais. 
 
Al&eacute;m de nove can&ccedil;&otilde;es tiradas de Caravanas, o novo repert&oacute;rio traz ainda 19 can&ccedil;&otilde;es de diversas d&eacute;cadas, desde o in&iacute;cio dos anos 1960 at&eacute; os dias de hoje. A lista de m&uacute;sicas deve ser mantida em segredo at&eacute; o show desta quarta, mas, segundo material divulgado para a imprensa, &quot;o roteiro inclui m&uacute;sicas nunca presentes em seus espet&aacute;culos oficiais, algumas ausentes dos palcos h&aacute; muitos anos, al&eacute;m de cl&aacute;ssicos e lados B oportunamente resgatados&quot;, ao longo de cerca de 1h30 de show. 
 
Um dos principais lan&ccedil;amentos de 2017 - e j&aacute; em v&aacute;rias listas de melhores discos do ano -, Caravanas exibe Chico Buarque em suas ess&ecirc;ncias, de cronista, de compositor de can&ccedil;&otilde;es sobre o amor, a mulher, os casais apaixonados (ou n&atilde;o mais). O novo trabalho conta com a participa&ccedil;&atilde;o de seu neto, Chico Brown - os dois assinam a parceria in&eacute;dita de Massarandupi&oacute;. Tua Cantiga, primeira m&uacute;sica do disco a ser divulgada, foi apontada como machista, mas as reclama&ccedil;&otilde;es, sem sentido, perderam for&ccedil;a com o tempo. 
 
Quando Chico subir ao palco nesta noite no Pal&aacute;cio das Artes, certamente sentir&aacute; a aus&ecirc;ncia do baterista que o acompanhou por d&eacute;cadas, o saudoso Wilson das Neves, que morreu este ano - por isso, &eacute; poss&iacute;vel que haja alguma homenagem a ele. Assim como no disco, Das Neves ser&aacute; substitu&iacute;do por Jurim Moreira. Ainda acompanham Chico na turn&ecirc; o maestro, arranjador e violonista Luiz Claudio Ramos, Jo&atilde;o Rebou&ccedil;as (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Chico Batera (percuss&atilde;o), Jorge Helder (contrabaixo), Marcelo Bernardes (flauta e sopros).

Um livro escolar est&aacute; causando pol&ecirc;mica na internet desde a &uacute;ltima quarta-feira, 23. Imagens da publica&ccedil;&atilde;o Bloco de Atividade, da editora portuguesa Porto, causaram revolta ao mostrar vers&otilde;es diferentes de atividades para meninos e para meninas. Os problemas j&aacute; come&ccedil;am na capa da publica&ccedil;&atilde;o, que utiliza a cor azul para a edi&ccedil;&atilde;o dos garotos e rosa para as garotas. Organiza&ccedil;&otilde;es de igualdade de g&ecirc;nero come&ccedil;aram a folhear os livros e descobriram outras discrep&acirc;ncias entre as edi&ccedil;&otilde;es: as atividades do livro dos meninos eram geralmente mais complexas e envolviam atividades ao ar livre enquanto no das meninas os exerc&iacute;cios eram de dificuldade muito inferior e a tem&aacute;tica era de trabalhos dom&eacute;sticos como limpeza e passar roupas.

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As reclama&ccedil;&otilde;es chegaram at&eacute; a Comiss&atilde;o para a Cidadania e a Igualdade de G&ecirc;nero, um &oacute;rg&atilde;o ligado ao poder Executivo de Portugal, que lan&ccedil;ou comunicado recomendando a retirada dos livros das lojas. &quot;Esta editora, ao optar por lan&ccedil;ar duas publica&ccedil;&otilde;es com atividades que diferenciam cores, temas e grau de dificuldade para meninos e meninas acentua estere&oacute;tipos de g&ecirc;nero que est&atilde;o na base de desigualdades profundas dos pap&eacute;is sociais das mulheres e dos homens&quot;, justifica a comiss&atilde;o ao tentar impedir a circula&ccedil;&atilde;o dos livros. A editora se defendeu, dizendo que as publica&ccedil;&otilde;es n&atilde;o t&ecirc;m car&aacute;ter discriminat&oacute;rio. &quot;Estas edi&ccedil;&otilde;es, publicadas em julho de 2016, t&ecirc;m como objetivo desenvolver determinadas compet&ecirc;ncias essenciais em idade pr&eacute;-escolar, nomeadamente a aten&ccedil;&atilde;o e a concentra&ccedil;&atilde;o. Foram concebidas com cuidado editorial e pedag&oacute;gico, apresentando um trabalho gr&aacute;fico que procura envolver e motivar os mais novos a adquirir e consolidar as aprendizagens&quot;, disseram. A editora afirmou, ainda, que as imagens que circulam na internet n&atilde;o mostram atividades mais &quot;complexas&quot; oferecidas &agrave;s meninas.

Uma biografia, um filme, uma pe&ccedil;a de teatro, um DVD e o relan&ccedil;amento de sua discografia. A morte de Clementina de Jesus faz 30 anos em 2017, e seu legado inspira projetos em gesta&ccedil;&atilde;o e j&aacute; em cartaz, mobilizando diferentes gera&ccedil;&otilde;es. O livro Quel&eacute;: A Voz da Cor est&aacute; sendo escrito a oito m&atilde;os por jovens jornalistas, tr&ecirc;s deles nascidos depois de sua partida.&nbsp;O grupo de amigos de faculdade come&ccedil;ou h&aacute; cinco anos a levantar informa&ccedil;&otilde;es sobre a vida e a carreira da cantora de voz e interpreta&ccedil;&otilde;es singulares, nascida em 1901 em Valen&ccedil;a, no Vale do Caf&eacute; fluminense, neta de escravos e int&eacute;rprete revelada s&oacute; na velhice.&nbsp;Uma lacuna que persiste &eacute; o per&iacute;odo de 23 anos, entre 1940 e 1963, em que ela trabalhou como dom&eacute;stica. Para chegar &agrave; casa de Dona Glorinha, a patroa, os pesquisadores espalharam cartazes pelo bairro do Graja&uacute;, na zona norte do Rio, onde ela morava. A inten&ccedil;&atilde;o era conseguir encontrar algum filho ou neto da empregadora, que desdenhava do modo como a empregada cantava, durante o trabalho - &quot;Clementina, voc&ecirc; est&aacute; cantando ou miando?&quot; - para colher relatos sobre seu of&iacute;cio.&nbsp;&quot;N&atilde;o conseguimos achar nada. S&oacute; gente adicionando no WhatsApp para mandar mensagens dizendo: Nossa, sou muito f&atilde; da Clementina!&quot;, conta Jana&iacute;na Marquesini, autora do livro, com Raquel Munhoz, Felipe Castro e Luana Costa, a ser lan&ccedil;ado ainda este ano pela Editora Record. 
 
A pesquisa levou a uma suposi&ccedil;&atilde;o sobre o LP O Canto dos Escravos, lan&ccedil;ado em 1982. O disco compila cantos ancestrais de negros, ao som de percuss&atilde;o, entoados por Clementina, o cantor e militante do movimento negro Geraldo Filme e Tia Doca, pastora da Portela, e os autores acreditam que Clementina, talvez sem saber, recuperou c&acirc;nticos da mesma regi&atilde;o da &Aacute;frica da qual sua fam&iacute;lia descende: Angola e Congo.&nbsp;&quot;&Eacute; poss&iacute;vel que esses cantos fossem de rememora&ccedil;&atilde;o, porque eram cantados por sua av&oacute; e sua m&atilde;e&quot;, acredita Luiz Antonio Pilar, diretor de cinema e TV que se dedica &agrave; tem&aacute;tica afro-brasileira e que est&aacute; roteirizando um cinebiografia de Clementina, num trabalho dividido com o escritor Paulo Lins.&nbsp;Seu eixo &eacute; justamente a trajet&oacute;ria feminina de av&oacute;, m&atilde;e e filha, ligada a servi&ccedil;os subalternos. &quot;O que liberta Clementina &eacute; o canto, a mem&oacute;ria de sua raiz cultural&quot;, ele cr&ecirc;. Pilar pretende fazer testes no Brasil inteiro para chegar &agrave;s atrizes que interpretar&atilde;o a cantora. 
 
Em cartaz desde 2013, o musical Clementina, Cad&ecirc; Voc&ecirc;? destaca tamb&eacute;m o relacionamento com o marido, Albino P&eacute; Grande, e sambistas como Heitor dos Prazeres e Aniceto. Vivida pela atriz Ana Carbatti, ela se apresenta: &quot;Clementina de Jesus, do mundo, preta velha, mais uma, e uma preta pode falar de si, sem mist&eacute;rio, sem prosa cheia, sem rodeio&quot;.&nbsp;&quot;Fizemos uma dramaturgia de lembran&ccedil;as, mais do que uma biografia&quot;, define o autor, Pedro Murad, que usou palavras da pr&oacute;pria, extra&iacute;das de entrevistas, como a dada ao jornal O Pasquim em 1972. &quot;Ela &eacute; a ess&ecirc;ncia do Brasil dos anos 1950/1960, o meio do caminho entre o arcaico africano e a urbaniza&ccedil;&atilde;o&quot;, considera. Com dire&ccedil;&atilde;o de Duda Maia e dire&ccedil;&atilde;o musical de Pedro Miranda, a pe&ccedil;a segue para apresenta&ccedil;&otilde;es em Vit&oacute;ria, Campinas, S&atilde;o Jos&eacute; do Rio Preto e Belo Horizonte. 
 
O compositor Herm&iacute;nio Bello de Carvalho, que &quot;descobriu&quot; Clementina aos 63 anos, ao ouvir sua voz numa festa na Igreja do Outeiro da Gl&oacute;ria, santa da qual ela era devota, a pegou pela m&atilde;o e a apresentou ao mundo, acredita que o fasc&iacute;nio que ela ainda exerce &quot;n&atilde;o se explica&quot;.&nbsp;Ele se encantou pela &quot;Cinderela ao rev&eacute;s, negra e idosa&quot; numa &eacute;poca em que &quot;ela nem sequer aparecia como personagem secund&aacute;rio nos comp&ecirc;ndios oficiais que abordam a ind&uacute;stria cultural, j&aacute; que era apenas e t&atilde;o somente uma obscura figurante naquela casa do sub&uacute;rbio onde ganhava seus trocados como dom&eacute;stica, lavando, passando e engomando roupas&quot;, como diz o texto que escreveu para o projeto da biografia. &quot;&Eacute; uma figura querida e de muito carisma e for&ccedil;a&quot;, demarca Herm&iacute;nio.&nbsp;A gravadora Universal pode vir a corrigir em breve uma desventura. Os 11 discos de Clementina ou com sua participa&ccedil;&atilde;o est&atilde;o todos fora de cat&aacute;logo. A gravadora estuda a possibilidade de relan&ccedil;&aacute;-los numa caixa especial.&nbsp;O neto Bira de Jesus, produtor de eventos que acompanhou a av&oacute; em shows e viagens desde crian&ccedil;a, sonha com um DVD com artistas cantando m&uacute;sicas emblem&aacute;ticas do repert&oacute;rio de Clementina, como Marinheiro S&oacute; e Benguel&ecirc;, e can&ccedil;&otilde;es em sua homenagem. &quot;J&aacute; acertamos a participa&ccedil;&atilde;o de Diogo Nogueira, Monarco, Alex Ribeiro e Nelson Sargento, mas ainda busco patroc&iacute;nio. Tudo o que fa&ccedil;o &eacute; para que o nome dela n&atilde;o seja esquecido, e n&atilde;o pelo dinheiro. Se ela mesma n&atilde;o enriqueceu, eu vou querer?&quot;

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Livro novo de Chico Buarque sai em novembro

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