Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Entrevistas

Entrevista

Com "domínio" petista no TCM, Éden diz que PT não vai perseguir oposição: “Característica do carlismo”

Por Thiago Teixeira

Com "domínio" petista no TCM, Éden diz que PT não vai perseguir oposição: “Característica do carlismo”
Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

A ida do deputado estadual Paulo Rangel (PT), ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), após derrotar, por 36 votos a 22, o ex-deputado estadual Marcelo Nilo (Republicanos), na última terça-feira (5), deixou uma pulga atrás da orelha da oposição ao Governo petista. Isso porque, agora com a posse de Rangel, na última sexta-feira (8), como novo conselheiro, a Corte de Contas possui quatro das sete cadeiras ocupadas por nomes com algum vínculo com o PT.

 

LEIA TAMBÉM:

 

O primeiro deles é o do ex-secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur), Nelson Pelegrino (PT), que deixou o cargo em setembro de 2021 para assumir uma cadeira no TCM. Outro nome é o da esposa do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), a enfermeira Aline Peixoto, que foi eleita em março de 2023. Além disso, apenas um mês depois o governador Jerônimo Rodrigues (PT), nomeou o auditor Ronaldo Nascimento Sant’Anna, indicado por ele mesmo, para uma cadeira na Corte de Contas.

 

Nesse cenário, a oposição teme que um ‘TCM petista' venha dificultar a vida das prefeituras que não são aliadas do governo, da mesma forma que beneficie as que são, uma vez que que a Corte de contas possui, como responsabilidade principal, realizar a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das prefeituras, câmaras municipais e demais entidades instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal.

 

No entanto, na visão do presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, essa possibilidade não existe e, na verdade, se trata de uma “característica do carlismo”, grupo que girava em torno da liderança de Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), que durante quatro décadas foi o político mais importante do estado e um dos mais influentes do Brasil. Durante entrevista ao Bahia Notícias, o presidente rebateu as críticas dizendo que perseguir a oposição é o modus operandi do carlista e que a Bahia está livre disso.

 

“Se você ouviu isso da oposição, eu tenho a sensação de que a oposição estava olhando no espelho. Porque, se tem uma característica desse grupo político carlista, que nós derrotamos em 2006 e que a gente vem construindo uma outra cultura política, é a perseguição. A Bahia está livre desse tempo. A Bahia está livre do tempo que o mandonismo, que alguém se reivindicava chefe, dono dessa terra. A Bahia está livre do tempo do clientelismo. A Bahia está livre do tempo da tutela sobre o Tribunal de Justiça, sobre a imprensa, sobre a Assembleia Legislativa, ou os tribunais de conta, é o contrário. Eu penso que a história de Paulo Rangel, pela trajetória de décadas, inclusive pela revolucionária da liberdade da Bahia no Brasil, ajuda os novos ventos que nós trazemos para a Bahia, e não voltar o tempo do Carlismo. Então, eu penso que a oposição pode estar fazendo a crítica olhando para o espelho. O Tribunal de Contas ganha muito com a chegada de Paulo Rangel e tenho certeza que sempre teve uma conduta, ética, política e moral. Tenho certeza que ele vai espalhar aquele tribunal. Com relação à escolha de ser petista, nós nunca dissemos que o PT estava obrigado, mas também não estava proibido de apresentar algum nome”, disse o presidente do PT.

 

Atuação do PT nas principais cidades da Região Metropolitana de Salvador (RMS), definição da vice de Geraldo Jr, disputas em Feira de Santana, Barreiras, Vitória da Conquista e TCM. Tudo isso, e muito mais, foi tratado na conversa que o Bahia Notícias teve com o presidente do PT, Éden Valadares, durante a Entrevista da Semana. Confira:


Presidente do PT Éden Valadares | Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

 

Surgiram rumores sobre a possibilidade do PT trabalhar na diminuição do PSD em relação a prefeituras, já que hoje é a sigla que mais detém comandos na Bahia, com 111 prefeituras. O senhor tomou conhecimento sobre isso?

Esse rumor é absolutamente falso. Nós não vamos trabalhar para reduzir o número de presença nas prefeituras de nenhum aliado nosso, muito menos do PSD, um partido importantíssimo da nossa aliança. E aqui eu faço a saudação ao presidente do partido, nosso senador, Otto Alencar, que muito nos orgulha, pela sua postura, pela sua honradez, pelo mandato que o constrói. Penso eu que a história da Bahia, nesses últimos 25 anos, é muito pela aliança entre o PT e o PSD, entre os senadores Jaques Wagner e o Otto Alencar, que encontraram o jeito de fazer política na Bahia, a forma de fazer política na Bahia que era muito marcada, pelo mecanismo, pela centralização, e ele criou uma outra postura política. Então o PT não vai trabalhar para diminuir o número de prefeituras de nenhuma base. É claro que a Bahia é muito grande, esses dois partidos [PT e PSD] são muito grandes e podem encontrar disputas, mas isso é pela dinâmica local e não por uma determinação política de reduzir o tamanho de ninguém. Nossa meta é fazer com que Jerônimo e Lula venham fazer eleições em todas as cidades da Bahia, seja com a candidatura do PT ou da Federação, seja com a candidatura de um aliado.

 

Já temos uma definição se o nome da vice de Geraldo Jr será Fabya Reis ou a Olívia Santana?

Olha, nós estamos no comecinho de março, então a gente não está atrasado. Acho que é um bom problema quando a gente tem diversas lideranças colocando o nome à disposição para ser vice, quando a gente tem vários partidos dispostos a ocupar essa vice, significa que a vice está sendo almejada porque a candidatura ela é competitiva e as pessoas reconhecem a competitividade da pré-candidatura do vice-governador Geraldo Jr. Eu acho que só a unidade do grupo por si só construída, muito bem construída pelo governador chegou aí com paciência para escutar, para dialogar, para convencer. O governador Jerônimo deve chamar ainda neste mês de março, o Conselho Político para que os partidos apresentem a sua opinião, os perfis. E parece que nós caminhamos para um consenso de que por Geraldo ter um perfil mais de centro, esta cadeira de vice seja ocupada pelas esquerda.

 

E essa esquerda tem nome?

A Fabya Reis é um nome em pauta. Um nome que agrada, é alguém com trajetória política, pessoal, profissional é muito político. A Fabya é vem do movimento social, com uma trajetória na universidade, na academia, intelectual, respeitada na administração pública, secretária de estado já por dois governos. Então, ela apreende todos os requisitos, assim como, o sempre lembrado, o nome da companheira Olívia Santana, já foi candidata a prefeita, também foi secretária de estado muito bem votada na nossa capital, mais de 50 mil votos, uma longa trajetória na esquerda e na luta do movimento negro em Salvador. Então, no campo da esquerda, eu acho que está muito bem servido. Geraldo Jr., digamos assim, tem um repertório de bons nomes a cumprir essa tarefa de governar Salvador ao lado dele.


A ida de Paulo Rangel ao TCM foi encarada por muitos da oposição de maneira negativa. A corte de contas possui hoje quatro integrantes dos nove, com algum tipo de relação com o PT. A oposição tem enxergado isso do ponto de vista negativo para a própria democracia, como a possibilidade de uma perseguição a algumas prefeituras que são oposição ao governo do Estado, ou até um favorecimento de aliados. Como é que você avalia isso?

Com estranheza. Se você ouviu isso da oposição, eu tenho a sensação de que a oposição estava olhando no espelho. Porque, se tem uma característica desse grupo político carlista, que nós derrotamos em 2006 e que a gente vem construindo uma outra cultura política, é a perseguição. A Bahia está livre desse tempo. A Bahia está livre do tempo que o mandonismo, que alguém se reivindicava chefe, dono dessa terra. A Bahia está livre do tempo do clientelismo. A Bahia está livre do tempo da tutela sobre o Tribunal de Justiça, sobre a imprensa, sobre a Assembleia Legislativa, ou os tribunais de conta, é o contrário. Eu penso que a história de Paulo Rangel, pela trajetória de décadas, inclusive pela revolucionária da liberdade da Bahia no Brasil, ajuda os novos ventos que nós trazemos para a Bahia, e não voltar o tempo do carlismo. Então, eu penso que a oposição pode estar fazendo a crítica olhando para o espelho. O Tribunal de Contas ganha muito com a chegada de Paulo Rangel e tenho certeza que sempre teve uma conduta, ética, política e moral. Tenho certeza que ele vai espalhar aquele tribunal. Com relação à escolha de ser petista, nós nunca dissemos que o PT estava obrigado, mas também não estava proibido de apresentar algum nome. A gente tinha uma formulação apresentada desde dezembro, desde depois do resultado das eleições, em que nós já entendíamos que a política correta para a eleição do Tribunal de Contas do Municípios, é que deveria ser, primeiro, a indicação de deputado estadual. Havia uma demanda muito forte na AL-BA de que essa cadeira caberia à Assembleia Legislativa. A segunda, nós defendemos que fosse alguém ligado à Federação, e assim trabalhamos. O companheiro Fabrício [Falcão] do PCdoB apresentou sua pré-candidatura, rodou os gabinetes, conversou com seus pares, mas penso que eles não conseguiu aglutinar apoios necessários para se consolidar com uma candidatura vitoriosa, por assim dizer. Mas enquanto o Fabrício estava apresentando, o PV apresentou a pré-candidatura de Roberto Carlos, o MDB apresentou a pré-candidatura do deputado Rogério Andrade, e nós sentimos que poderia acabar pulverizando o número de candidaturas na base do governador Jerônimo. Entendíamos, que se a gente apresentasse uma candidatura da envergadura, de Paulo Rangel, a gente poderia, ao invés de estar pulverizando o número de candidatos na base, poderia estar unificando. Paulo Rangel acaba reunindo 36 assinaturas e se consolida com uma escolha autônoma, independente, e legítima da AL-BA.

 

Falando em Fabrício Falcão, o deputado Alan Sanches disse, durante entrevista ao nosso Podcast Projeto Prisma, que um membro do governo ligou para deputados pedindo para que eles não comparecessem à reunião da Mesa Diretora que poderia aprovar a candidatura de Falcão ao TCM. Isso aconteceu? 

Eu respeito a oposição do deputado Alan ao nosso governo, mas eu discordo da declaração dele. Acho que ele está no papel de oposição. Se ele percebe algum nível de tensão dentro da base do governo, Alan tenta ver o mar pegar fogo para comer peixe fresco. Então ele joga mais gasolina na fogueira. É o papel da oposição. Isso não ocorreu [a ligação]. Já te relatei aqui como foi a construção desse processo. Tenho total desconhecimento sobre ligações de quem quer que seja do governo para deputados. Na verdade, na defesa da sua candidatura, o próprio Paulo Rangel reconheceu que Jaques Wagner, Rui Costa, Jerônimo Rodrigues, garantiram a independência da casa na escolha. Por isso, na verdade, Alan está jogando é para dar mais picuinha aqui na base.

 

Saindo do TCM, e a disputa dos Zés em Feira de Santana. Como o senhor avalia o cenário entre Zé Neto e Zé Ronaldo?

O povo poderá fazer a escolha entre o velho Zé e o novo Zé. Acho que há um cansaço do grupo de Zé Ronaldo. É uma certa fadiga de pessoal, porque depois dos oito anos de congresso eles não conseguem apresentar uma candidatura nova, um nome renovado, não conseguem fazer a renovação e talvez por isso o deputado Pablo [Roberto] acabe rompendo com o grupo do lado de lá e apresentando sua candidatura. Então eu vejo uma perspectiva muito boa nas eleições de Feira de Santana para o PT. Na eleição passada, era a reeleição de Colbert [Martins] e sempre disputar com prefeito ou governador ou presidente que é candidato à reeleição, é mais difícil. Só para lembrar, o ex-presidente Bolsonaro é o primeiro presidente na história do Brasil que não consegue sua reeleição. Então, por si só, a vitória do Lula foi histórica já por isso. Mas também em Feira de Santana, na eleição passada, havia a questão da pandemia, que dificultava o nosso jeito de fazer campanha mais do que o deles. Eu tô dizendo assim: dificultava mais a esquerda do que a direita. Porque, tradicionalmente, a esquerda organiza sua campanha coletivamente e reunindo a comunidade na rua, no bairro, na associação de moradores, no sindicato, na cooperativa. A gente faz o debate sobre as demandas coletivas das comunidades da cidade e da sociedade. E com a pandemia, como não podia aglomerar, a demanda acabou ficando muito na porta de casa. Quem foi candidato tinha que manter o distanciamento social. Não podia haver aglomeração. Então você ia de porta em porta, de janela em janela, conversar com as pessoas. Então, esse é um elemento também que acho que nos ajuda. E por fim, eu penso que a própria divisão do grupo do lado de lá aponta uma fadiga de projeto, uma fadiga de pessoal, uma fadiga de recursos humanos e que fortalece a pré-candidatura de Zé Neto. Em bom português, Pablo rompe com Zé Ronaldo. Então o meu prognóstico, sem torcida, é que essa eleição está melhor para a genética do PT do que teve na passada. Além do próprio envolvimento pessoal do governador Jerônimo Rodrigues. Ele não nasceu em Feira, mas é a cidade onde ele reside. A esposa é de Feira e o filho também. 

 

Nas últimas eleições, em 2022, o termômetro do PT na Região Metropolitana de Salvador, não foi dos melhores. Como está sendo a estratégia da sigla na RMS como um todo para se fortalecer nessas eleições?

Durante o lançamento da pré-candidatura de Luiz Caeteno, eu penso que Camaçari deu uma demonstração de muito carinho com ele. De muita saudade do tempo do governo do PT, em especial do governo de Caetano. Foi uma festa muito forte, muito potente, uma energia muito para cima. O local estava lotado. Do lado de fora tinha três, quatro vezes mais gente do que tinha dentro. Foi uma largada muito forte e acho que Caetano está trabalhando muito bem no sentido da situação turística. Ele está reunindo aí a base dos partidos do governo em torno da sua candidatura. Tem montado boas chapas de vereadores e vereadores para a disputa, que é importante. Mas, sobretudo, Caetano tem mostrado maturidade. É alguém hoje com mais experiência, com mais rodagem, alguém que aprendeu com os próprios erros e que tem qualificado, refinado os seus acertos. Para mim é um candidato favorito. Camaçari não quer continuar com o atual esquema que está com o atual projeto político. Camaçari quer mudança e o nome dessa mudança é Caetano. Com relação ao restante da Região Metropolitana. Está aberta a temporada da janela partidária. Já falei de Camaçari, mas tem também a sucessão de Moema [Gramacho], em Lauro de Freitas, que será prioridade para o governo do PT, da Bahia e do Brasil. Já temos candidaturas competitivas em Candeias com Marivalda [atual vice-prefeita da cidade]. Temos Paulo Henrique em em Mata de São João. Tenho certeza que a gente vai conseguir trabalhar pela maior unidade possível em D'Ávila. Nós vamos trabalhar pela reeleição do prefeito de Madre de Deus [Dailton Filho (PSB)] que nós apoiamos.

 

A gente já está caminhando para as definições em Dias D'Ávila?

A gente está conversando internamente no PT. Nós temos bons nomes. A ex-prefeita Jussara [Márcia], a companheira Rose [Requião]. Nomes com que tem muito apelo popular pontuam bem nas pesquisas. Eu acho que a gente tem que trabalhar menos no campo da emoção e mais na razão, para construir a unidade do PT, da Federação e depois o maior diálogo possível e a unidade do campo do governador geral. Mas tenho certeza que nós podemos vencer aquelas eleições. Estou trabalhando para não haver uma pulverização, porque, na verdade, como não há possibilidade de dois turnos, digamos, a maior unidade possível, é uma obrigação. E é com essa humildade e tranquilidade que nós estamos trabalhando dentro do PT, na Federação, para chegar o mais unido possível para vencer as eleições e derrotar o prefeito.

 

No Oeste baiano, tem essa indefinição acerca da secretária Jusmari Oliveira (PSD), certo? Ela vai ter o apoio do PT em Barreiras?

Pode vir a ter, mas hoje o nome do PT é do deputado Tito [Cordeiro], que nós, orgulhosamente, filiamos ao PT. Alguém que já votou com o Lula na eleição passada, já votou com Jerônimo. Ajudou a gente não só em Barreiras como na região. Na eleição de 2020, ele foi o nosso candidato a prefeito de Barreiras. Nós, do PT, indicamos a sua vice vice candidata. Nós entendemos que pode liderar o grupo de Jerónimo e de Lula, como também disputar para valer e vencer as eleições de Barreiras. Claro que há a orientação do governador com relação a unificar o seu palanque. Nós estamos falando de uma das cidades mais importantes do Estado, a capital do Oeste. Assim, nós vamos trabalhar pela unidade. E, como nós queremos ter o apoio do PSD e da deputada Jusmari para Tito, também temos a disposição de apoiar. Então, se Jusmari reunir melhores condições, tiver pontuando melhor e ficar evidente que é com ela que a gente pode derrotar a política do PFL, do DEM, de ACM Neto e de Bolsonaro lá na cidade, nós não teremos problema de apoiar, não. Mas hoje nós acreditamos que quem reúne essas condições é o candidato do PT, o ex-deputado Chico.

 

O deputado Tito votou em Bolsonaro no passado. O senhor não acredita que há uma espécie de mal estar por alguém com ideologias tão diferentes se filiar de maneira recente ao partido e já ter o apoio para uma candidatura em Barreiras?

Tito votou em Bolsonaro em 2018, como a grande parte da sociedade brasileira votou, acreditando em uma grande campanha midiática com parte do Judiciário e setores do Ministério Público, que perseguiram a presidenta Dilma e o presidente Lula. Naquela época, uma parte grande da sociedade brasileira acreditou no conto da carochinha de que, tirando o PT, a vida do Brasil ia melhorar. A economia, os empregos, o crescimento econômico, juros baixos, dólar baixo, prosperidade e justiça social. E aconteceu o contrário. Infelizmente, nós vivemos quatro anos do desgoverno de Bolsonaro que tratou a sociedade brasileira com desumanidade na condução da economia, que atacou o nosso meio ambiente e vendeu parte dos nossos recursos naturais e patrimônio do povo brasileiro a preço de banana. É só ver o que foi feito aqui com a refinaria aqui na Bahia, o que foi feito com a Eletrobras, enfim. O Brasil andou para trás e uma parte da sociedade que tinha acreditado nisso, se arrependeu do voto que deu e se uniu a Lula para reconstruir o Brasil. E não estou falando só especificamente de Tito. Ele apoiou Lula e Jerônimo na eleição de 2022. Posso citar como exemplo maior, talvez o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que foi alguém que também embarcou naquela aventura ou desventura de perseguir Lula e eleger Bolsonaro, se arrependeu disso e hoje está ao lado do presidente Lula reconstruindo o Brasil. Aqueles e aquelas que verdadeiramente se arrependeram do eventual apoio que deram a Bolsonaro, mas hoje querem dar as mãos ao presidente Lula para reconstruir o Brasil são muito bem vindos.

 

Indo mais para o Sudoeste baiano, como está a situação lá em Vitória da Conquista? vocês lançaram o deputado federal Waldernor Pereira, que é o pré-candidato de vocês e tem essa indefinição por parte dos diálogos junto com o MDB que tem como preferência a vereadora Lúcia Rocha. Como é que está essa conversa lá?

Está sempre muito boa, saudável, com clima de companheirismo e de parceria para a gente construir o melhor caminho para Vitória da Conquista. Então, lá nós temos unidade política entre o campo do governo com relação a que PT e MDB estarão juntos. Isso posso lhe garantir, essa é uma fórmula. Mas nós estaremos juntos. Com relação a no primeiro ou no segundo turno, isso a gente está avaliando semana a semana, acompanhando as pesquisas internas, dialogando. Esse processo agora é de montar a chapa de vereadores. Waldenor já tem um diálogo com oito ou nove partidos avançados, no sentido de montar engajadas para vereadores. A gente tem avançado muito no diálogo com o MDB. Hoje, quem deveria ter se preocupado é a prefeita [Sheila Lemos (União)], porque, nas pesquisas internas, tanto o Waldenor quanto a Lúcia Rocha têm pontuado muito bem, acima dos 20, 25, às vezes, batendo os 30. Então, hoje, quem deveria estar preocupada é a prefeita, porque, do lado de cá, nós vamos caminhar juntos. E no primeiro e no segundo turno, a gente vai enfrentar e construir conjuntamente, sem divergência, com muita maturidade e muita responsabilidade.

 

Ainda nessa linha, existe a possibilidade do PT acabar desistindo da majoritária e indicar Waldenor, como o vice de Lúcia?

Eu tenho dito que é quem tem disposição de ser apoiado, quem tem disposição de apoiar. E é exatamente por isso que tudo aquilo que eu citei. Quem reúne mais partidos, quem tem mais ator na sociedade, nas organizações populares, nas forças-vivas da sociedade civil organizada, quem estiver melhor na pesquisa, se for outro nome que não é o de Waldenor, nós não temos problema de apoiar. Mas nós temos clareza que Waldenor é um candidato muito competitivo, seja pela sua capacidade, seja pelo esforço que nós temos lá. Mas respondendo em bom português, quem tem disposição de ser apoiado tem disposição de apoiar. Então pra nós, se a gente está pedindo o apoio do MDB e dos demais partidos a Waldenor, se a realidade mostrar que outra candidatura é mais competitiva do que a nossa, nós também teremos maturidade de estar apoiando.