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Candidatos ao governo protagonizam primeiro debate com troca de provocações

Por Juliana Almirante

Candidatos ao governo protagonizam primeiro debate com troca de provocações
Fotos: Juliana Almirante/ Bahia Notícias | Valter Pontes/ Coperphoto
O primeiro embate entre os candidatos ao governo estadual aconteceu nesta quinta-feira (17) e o tema central da discussão – a segurança pública – foi base para troca de provocações entre os participantes. Apenas o petista Rui Costa não compareceu ao debate, promovido pelo mestrado em Segurança Pública, Justiça e Cidadania da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, na Reitoria. No primeiro bloco, os postulantes responderam a perguntas sorteadas, sugeridas por profissionais da área, e, no segundo, questionaram-se entre si. Ao responder uma indagação sobre o combate ao crime de “colarinho branco”, Paulo Souto (DEM) defendeu a criação de um código de ética para servidores e integrantes de cargos máximos da administração. “É preciso criar mecanismos que possam avaliar. É importante que o servidor, em iniciativa própria, avise quando houver mudança no seu patrimônio”, sugeriu. O aspirante ao Palácio de Ondina do PSOL, Marcos Mendes, rebateu que as normas de conduta lícita devem ser estendidas para os gestores. “O Democratas é o partido com mais candidatos cassados no país”, acusou. Já Renata Mallet (PSTU) apontou falhas na instalação das Bases Comunitárias de Segurança, as UPPs baianas. “Acaba sendo uma medida repressiva, que traz práticas autoritárias. Aumento de criminalidade, toque de recolher, uma nova lei de convivência que passa por cima do direito da comunidade”, ressaltou. Ela exemplifica a crítica com o caso da comunidade de Engomadeira, em Salvador, que protestou contra a implantação da base na região.

Na segunda parte do debate, ao se direcionar para o pleiteante do PRTB, Da Luz, Souto disse que reconhecia a necessidade da implantação de programas sociais para combater a violência, mas afirmou serem importantes “fortes ações” para combater situações como a de Amargosa, no sudoeste do estado, onde a morte de uma criança motivou uma onda de protestos nesta quarta-feira (16). “Dizer que teve 37 mil mortes no governo atual é fato. A maioria que matou foi com idades de 20 a 28 anos. Ou seja, foi falta de educação plantada no seu governo”, rebateu Da Luz ao ex-governador. Mendes também trocou acusações com o democrata, ao perguntá-lo sobre a falta de políticas públicas para o semiárido na administração. “Meu colega [Marcos Mendes] é versátil. Aproveitou a questão da segurança pública para tratar do semiárido”, ironizou Souto. “Veja como é estreita a forma de pensar a segurança pública”, disse o socialista, que defendeu a descentralização dos ambientes urbanos como política de segurança. A candidata do PSTU criticou a adversária do PSB, Lídice da Mata, por não ter se posicionado como oposição quando participou do governo Jaques Wagner. “Quem tem obsessão de fazer oposição são vocês, que foram do PT. Eu nunca fui. Sou esquerda. Tive apoio do PT, em momento nenhum nego. Wagner cumpriu o papel de romper com o atraso, quando avançou na implantação de políticas, mas demonstrou incapacidade de seguir com o governo”, respondeu Lídice. Mendes desafiou: “Quero ver, se o PSOL ou o PT ganhar para o segundo turno, quem você vai apoiar”. O pessolista insinuou que o financiamento privado de campanhas políticas impede que sejam implantadas medidas de combate à violência contra a população negra e jovem. “Para fazer investimento nas periferias, precisa de autonomia”, disse. “Aceito sua provocação, porque sou a favor do financiamento público há muitos anos, antes de você”, rebateu a senadora. Em tréplica, Mendes afirmou que “uma coisa é dizer que é contra, outra é não receber. É uma opção nossa”, defendeu. A discussão na Reitoria foi mediada pelo vice-diretor da Faculdade de Direito, Júlio César de Sá da Rocha. Além da troca de provocações entre os presentes, a ausência do petista Rui Costa foi alvo de críticas tanto do acadêmico quanto dos concorrentes ao comando estadual.