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Prefeitura dá bonificação em dinheiro e notebooks para professores; meta é fugir do TCM

Por Alexandre Galvão

Prefeitura dá bonificação em dinheiro e notebooks para professores; meta é fugir do TCM
Foto: Valter Pontes/ Agecom
Para fugir de uma possível condenação no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), vai vestir a roupa vermelha do Papai Noel e dar um presentão (atrasado) de Natal para os funcionários efetivos da Secretaria de Educação. Em evento nesta sexta-feira (27), no Hotel Fiesta, às 10h30, no bairro do Itaigara, o gestor irá anunciar uma bonificação em dinheiro e entregará, simbolicamente, cerca de seis mil notebooks para os funcionários. Mas se engana quem pensa que o ato é por pura bondade do democrata. Neste ano, Neto e os seus secretários de Educação, o deputado estadual João Carlos Bacelar (PTN), que deixou a pasta no meio do ano, e Jorge Khoury – atual chefe da pasta –, não conseguiram cumprir a meta de 25% do orçamento do Município para o segmento, o que é previsto na Constituição Federal. A medida ajudará o prefeito a fechar as finanças. Consultado pelo Bahia Notícias, Khoury, no primeiro momento, disse não saber qual era a “surpresa” do encontro, mas o bônus já estava acertado com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB). “Houve uma conversa com o sindicato onde foram apresentadas duas propostas. O prefeito ficou com a apresentada por ele, que foi essa do bônus”, admitiu. O valor vai variar de acordo com o cargo da pessoa, mas especula-se que possa chegar a R$ 4 mil. Se o Bom Velhinho não se esquece de ninguém, ACM Neto não seguiu a regra e deixará de fora do presente os terceirizados, os cargos comissionados e os contratados pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). A chuva levou a culpa pelos baixos investimentos na área. Para o chefe da pasta, 2013 foi um ano difícil e não deixará saudades. “Foi complicado por causa do orçamento. Mas nós tivemos o plano de metas, o planejamento estratégico. Muita coisa avançou, mas evidentemente que as chuvas atrapalharam”, justificou.

O vereador Gilmar Santiago (PT), líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, prometeu entrar com uma representação contra a ação da prefeitura, no entanto se mostrou favorável a melhores salários para a classe. “Isso está acontecendo porque eles não tiveram competência para usar os 25% exigidos. Resultado? Uma rede [de ensino] obsoleta do ponto de vista da estrutura física”, acusou. Para o petista, pouco foi feito para o setor no primeiro ano de gestão. Ele lembrou do polêmico projeto Alpha e Beto, que a prefeitura tentou implantar na cidade e que, segundo Santiago, teria “teor racista”.  “O projeto mais importante foi o Alpha e Beto que foi feito com dispensa de licitação e tem conteúdo racista. Esse abono vai acontecer pela falta de execução dos projetos estruturantes e está sendo colocado como uma bondade”, atacou.