O vice-governador da Bahia e secretário estadual de Infraestrura, Otto Alencar, afirmou nesta terça-feira (19) que o processo licitatório sob a responsabilidade da Comissão de Licitação da Seinfra, pasta comandada por ele e responsável pela compra de dois navios que integrarão o sistema Ferry-Boat, foi em conformidade com todos os princípios que norteiam a administração pública. “Não tem nenhum problema. Estamos aqui há três anos e não existe nenhum caso que não tenha sido tratado com lisura e isenção. Todo o edital [para aquisição das embarcações] foi analisado e aprovado pela Procuradoria Geral do Estado [PGE] e acompanhado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, afirmou. A representação no Brasil de três empresas gregas – Archangelos Michael Shiping Company, Agios Dimitrios Shipping Company e Maria – Eleni Shipping Company –, que chegaram a ser pré-qualificadas para também vender os barcos, apontou indícios de "vícios" na licitação e acusou o governo baiano de pagar preço acima do cobrado no mercado internacional. “Não vai ser uma denúncia infundada e inverídica que vai desqualificar o nosso trabalho aqui. Eu confio no trabalho da Comissão Licitatória. Ele [Marco Espinheira] deveria, se fosse uma coisa séria, primeiro levar ao conhecimento do TCE e do MP para depois procurar a imprensa. O que ele quer é criar uma denúncia de uma licitação que ele sequer apresentou preço. Ele chegou a usar um deputado, Timóteo Brito, que intermediou uma audiência comigo para pedir o adiamento da licitação, porque ele não teve tempo hábil para apresentar preço”, revelou. Segundo o vice-governador, as companhias gregas queriam apenas vender os barcos. “Eles queriam que pagássemos os navios, fôssemos buscar lá na Grécia, não dava treinamento, nada. (...) É o único caso que eu conheço que o cidadão quer que o edital seja da maneira como ele acha. Então, achamos melhor buscar outro caminho”, explicou. Ainda conforme Otto, todas as garantias de qualidade dos equipamentos comprados foram dadas ao Estado.
Panagiotis-D e Theologos V foram comprados pelo Estado
Os dois ferries foram adiquiridos por € 18 milhões – R$ 54,9 milhões, recursos oriundos de um empréstimo feito pela administração estadual junto ao Banco do Brasil. Conforme contrato, as duas empresas vencedoras, Theologus Shipping Company e Agios Athanasios A. Maritime Company receberão um sinal de 10% do valor global – carta de crédito do Banco do Brasil –, mais 55% quando transferir o patrimônio para Estado da Bahia, 20% quando chegar no Terminal de São Joaquim, e o restante 120 dias após a operacionalização nas águas da Baía de Todos-os-Santos. “Cada barco saiu R$ 12 milhões mais barato que o Ivete Sangalo e o Anna Nery e têm capacidade quatro vezes maior que essas duas embarcações. Uma equipe nossa foi com engenheiros navais para a Grécia fazer a vistoria dos navios e está tudo certo. É uma coisa sempre burocrática e difícil, mas estamos trabalhando para diminuir o sofrimento da população que utiliza o sistema”, disse o vice-governador.
