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Eleição do PT: Disputa tem Everaldo na frente e Ernesto contra 'desastre da era Jonas Paulo'

Por Sandro Freitas

Eleição do PT: Disputa tem Everaldo na frente e Ernesto contra 'desastre da era Jonas Paulo'
Fotos: PT Bahia e Reprodução Facebook
O Processo de Eleição Direta (PED) – pleito interno do PT – chega à véspera do dia de votação, neste domingo (10), com uma disputa polarizada entre dois nomes. Tido como favorito, Everaldo Anunciação não concorda com a vantagem, mas também não esconde todos os aliados que conquistou, incluindo o atual presidente estadual da sigla, Jonas Paulo. Do outro lado, está o jornalista e ex-assessor do governador Jaques Wagner (PT), Ernesto Marques, que desponta como nome da oposição mais combativo, apesar da eleição ainda ter outros três concorrentes: Hipólito Brito, Wanderson Pimenta e Lourival Tranquilo. Em conversa com o Bahia Notícias, ambos deixaram claro que caminham em campos opostos. Anunciação considera a polarização o resultado de Ernesto ser o concorrente “mais divulgado”. “É um bom companheiro e bom militante, mas a vida dele de militância é pequena. Ele entrou no PT em 2006 e passou seis anos em cargo comissionado, na área burocrática e técnica”, pontuou. Marques considerou a avaliação “falta de argumento”. “Eu deploro o método stalinista de querer desqualificar e aniquilar o adversário. Fique três anos e meio no gabinete do governador para servir ao governo e ao partido. Na falta de argumentos para defender o fracasso dele na secretaria [de Organização do PT, cargo que Everaldo ocupa na legenda], o melhor que faz é tentar dizer que não conheço o partido. Conversei com mais de 200 dirigentes, conheço o PT na Bahia melhor que ele”, garantiu. 
 

 
O abismo que existe entre os dois candidatos fica ainda mais claro na avaliação que fazem da gestão de Jonas Paulo por dois mandatos. Anunciação considera “excelente”, enquanto Ernesto avalia como um “desastre”. No entanto, ambos fazem promessas de conversar mais com os movimentos sociais. “Tem que romper essa visão verticalizada em relação a quem se filia, com quem [o PT] se relaciona, para uma mais horizontal. Filiar ao PT não só o sindicalista, presidente de associação e quem faz greve. [...] Nós não podemos falar só para nós do PT ou quem tem uma concepção firmada de esquerda. Quero dialogar com quem tem uma concepção democrática e popular também”, disse. Ernesto declarou que tem posto em prática, desde o começo da campanha, as conversas e promete manter o diáolgo, além de mudar drasticamente o processo de escolha dos líderes do PT na Bahia, por acreditar que o atual presidente estadual caminhou para trás. “É um absurdo que ao final de dois bons mandatos do governador, que fez a parte dele como gestor com tantos avanços na área administrativa, o partido regrida na área partidária. Só teremos PED em 330 municípios da Bahia. Esse deveria ser um instrumento de organização do PT, mas parece o contrário. Deveríamos ter menos comissões provisórias, mas vamos saltar de 71 para 87. São vários indícios de que, do ponto de vista organizativo, Jonas e Everaldo são um desastre”, disparou. 
 

Foto: PT Bahia

Em relação às chances de serem eleitos, ambos preferem aguardar. Everaldo aposta na “força da chapa”. “O apoio que tenho recebido e a formação da chapa criou uma maioria, mas não garante eleição, pois o PT não é um curral eleitoral. Se pegar as últimas eleições, quem criou esse tipo de apoio conseguiu êxito, mas isso não significa que a eleição esta definida”, resumiu o candidato, que coloca ao seu lado todos os deputados federais petistas, 13 dos 14 deputados estaduais (exceto Marcelino Galo que apoia Ernesto), 91 dos 93 prefeitos da legenda na Bahia, além do senador Walter Pinheiro. Por outro lado, Ernesto prefere não contar “boletos”. “O favoritismo que eles arrotam desde o inicio do processo está calcado na burocracia. Isso só consubstancia a crítica que temos feito a esse processo de burocratização e desvalorização na base dos movimentos sociais. Ele está contando na base de boletos bancários. Não entendo que militante seja garrafinha e boleto seja voto. Me dediquei bastante pra ganhar. Se vamos sair vitoriosos, segunda vamos saber”, finalizou. Apesar das discordâncias, ambos apoiam o nome de Edson Valadares para o diretório de Salvador, com o mesmo argumento de que houve uma construção de unidade com diversas correntes, o que resultou no chapão com revezamento de presidentes municipais (ver aqui).