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Tadeu acredita em retaliação por denunciar desvio de função de PMs e chama Nilo de ‘mentiroso’

Por Sandro Freitas

Tadeu acredita em retaliação por denunciar desvio de função de PMs e chama Nilo de ‘mentiroso’
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
As denúncias de um esquema de desvio de função de policiais, tráfico de influência e improbidade administrativa dentro do gabinete da Assistência Militar da Assembleia Legislativa tornaram a Casa um barril de pólvora. Após o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), negar a acusação e desqualificar os denunciantes, o deputado estadual Capital Tadeu (PSB) saiu em defesa dos PMs e chamou, reiteradas vezes, o chefe da AL-BA de “mentiroso”. Na companhia do subtenente Evaldo Silva (um dos exonerados), o socialista – em entrevista ao Bahia Notícias – negou que os PMs devolvidos à corporação “dormiam em serviço” ou que atuassem para ele em viagens. “Nos documentos que foram apresentados consta meu nome? Em nenhum. É mentira de Marcelo Nilo”, bradou. Sobre a indicação de 40 policiais para atuar na segurança da AL-BA, Tadeu disse que foi um pedido do próprio presidente, por ele ser um “especialista” no setor. “Vários deputados sugeriram nomes de pessoas para a segurança”, pontuou Tadeu, que ressaltou a legalidade no fato de o presidente ter o direito de usar a segurança dos PMs, até na casa de praia, mas reforçou inúmeras vezes que o foco da denúncia é o desvio de função, como policiais que trabalham como “motoristas particulares” de parentes de parlamentares. “Eles ficam à disposição de deputado e terminam fazendo serviço para a família”, acusou Tadeu, ao se referir, por exemplo, a esposas e filhos de colegas, sem cravar quais. “[As exonerações começaram] só depois que comecei a divulgar, sem citar nomes. Saiu no Bahia Notícias. Eu disse: ‘olha está acontecendo desvio de funções no Estado, isso é um absurdo’. O pessoal [policiais] começou a se recusar [a realizar os serviços] e foi aí que ele [Nilo] começou com essa represália. Por isso que estou dizendo, Marcelo Nilo é mentiroso”, reafirmou. 
 

Foto: Reprodução / Facebook
 
O subtenente Evaldo Silva também se defendeu da acusações do presidente da Assembleia. “Todo mundo que ele [Nilo] está devolvendo então dorme no serviço (risos irônicos). Eu inclusive fui o policial padrão do mês passado. Ele está devolvendo o policial padrão do mês de agosto. Eu sou ruim mesmo (novos risos irônicos)”, respondeu. “Hoje minha escala de serviço nem é durante a noite para dormir no ponto de serviço”, declarou Evaldo. Em relação à atuação do chefe da Assistência Militar, Yuri Ferreira, o qual acusou em representação ao Ministério Público de chefiar o suposto esquema, Evaldo voltou a garantir que o oficial atua como empregado de Nilo. “Ele pode não ser contratado, mas ele é o chefe de gabinete [do presidente da AL-BA]”, resumiu. Tadeu ainda completou: “Está no Diário Oficial. Ele foi nomeado chefe de gabinete e, pela lei militar, só pode ficar dois anos em função civil. Quando completou dois anos, ele foi exonerado no papel, mas continuou na prática. Ele acumula a chefia da Assistência Militar com a chefia de gabinete [de Marcelo Nilo]”. 
 

Evaldo Silva - Foto: Reprodução / Facebook 
 
Em outro momento da entrevista ao BN, o deputado do PSB ressaltou que Evaldo e Santos fazem parte do Observatório da Cidadania, entidade criada para defender a atuação correta na Polícia Militar e os direitos humanos da categoria, o que também teria contribuído para a exoneração de ambos. “Mais de 70% das cidades baianas têm menos policiais do que os 30 que estão em desvio de função na Assembleia Legislativa”, finalizou o deputado. Na lista montada por Evaldo, com nomes de policiais que estariam em desvio de função, consta PMs na área de saúde, setor financeiro e até como repórter do Canal Assembleia. Só na segurança de Nilo, o subtenente aponta a existência de 12 PMs, “fora os que ele tira da guarda”.