'Brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós', diz médico cubano vaiado

Um dos médicos cubanos vaiados por um grupo de brasileiros na noite desta segunda-feira (26) em Fortaleza, Juan Delgado, de 49 anos, afirmou não compreender os motivos do ato. Ele e outros estrangeiros foram cercados em um protesto do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), ao sair do primeiro dia do curso do programa Mais Médicos. “Vamos ocupar lugares onde eles não vão”, disse, em entrevista à Folha. Delgado contou que ficou impressionado com a manifestação e rebateu o rótulo de escravo, utilizado pelos brasileiros. “Isso não é certo, não somos escravos. Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário”, afirmou, ao declarar que veio ao Brasil por vontade própria e que já trabalhou no Haiti. “Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres prestar assistência”, completou.