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'Perguntem a Imbassahy', diz Wagner sobre volta de empreiteiras investigadas pelo TCU ao metrô

Por Sandro Freitas

'Perguntem a Imbassahy', diz Wagner sobre volta de empreiteiras investigadas pelo TCU ao metrô
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
As empreiteiras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, acusadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de participar do superfaturamento de R$ 400 milhões nas obras da Linha 1 do metrô, estão de novo no grupo responsável pelo projeto. As duas são acionistas – cada uma com 17% da CCR, que lidera o consórcio Companhia de Participações em Concessões (CCP), vencedor do edital para construir o restante do sistema metroviário entre Salvador e Lauro de Freitas. Durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (21), o governador Jaques Wagner garantiu que ambas começam “zeradas” a nova fase do projeto. “As duas [Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez] foram chamadas pelo governo, foi feito o destrato contratual sem compromisso de pagar, a não ser o que for auditado pelo Tribunal de Contas da União. Quem ganhou aqui foi a CCR, que hoje é a maior nas áreas de rodovia e metrô”, resumiu. O chefe do Executivo baiano ainda usou a construção da Arena Fonte Nova como exemplo. “Contratei a Fonte Nova Participações. Quem são os acionistas? OAS e Odebrecht. Quem é que ela contratou para fazer a obra? OAS e Odebrecht. A CCR está na nova bolsa de valores, então ela não pode entrar em maluquice. Não pode fazer gracinha com as empresa dela, por hipótese, com a Camargo e a Andrade. Se fizer, tem 48% de acionistas que acionam a comissão da Bolsa. [...] Eu sei que pode parecer estranho, por isso achava que os baianos se interessariam, mas como preferiram uma marca paulista em Salvador por 30 anos, problema deles”, disse Wagner, ao criticar novamente Odebrecht e OAS por pularem fora da licitação.
 

Foto: Mateus Pereira/GOVBA
 
Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez alegam que têm R$ 168 milhões para receber da prefeitura pelas obras na Linha 1. “Dizem que têm a receber e o TCU diz que têm a pagar. Contratamos a empresa de metrô de Madri [Espanha] para fazer uma auditoria da Linha 1 e submeter ao tribunal, apesar de [o ex-prefeito] João Henrique ter confessado dívida de R$ 168 milhões [...] e assinado. Eles têm o documento, mas só pago com a anuência do TCU”, pontuou. O petista também disse que possui “esperança de não ter confusão” no que foi feito até agora, mas revelou que o edital repassa para o consórcio CCP possíveis gastos com reparos na estrutura já pronta. Em outro momento da entrevista, o governador disparou contra a oposição – que questionou mais uma participação das construtoras na licitação e sobrou até para os antigos gestores de Salvador. “A oposição que deveria responder, pois a licitação foi do tempo de Imbassahy [deputado federal e ex-prefeito de Salvador pelo PSDB]. Se tem problemas, perguntem ao ex-prefeito, que fez a licitação e colocou Salvador no imbróglio. João Henrique pegou o pepino, ficou mais enrolado e não conseguiu desenrolar. Não vou passar a mão na cabeça [das empresas], mas tem que perguntar aos ex-prefeitos”, sugeriu. Apesar das críticas, o governador se mostrou bem humorado e gargalhou ao ser perguntado pelo Bahia Notícias se iria convidar os antigos gestores de Salvador para a inauguração da Linha 1. “Eu sou respeitoso. Provavelmente vou convidar todos os ex-prefeitos”, prometeu, aos risos. Como o clima segue amistoso entre o petista e o atual gestor da capital ACM Neto (DEM), é certo que o democrata já está com a passagem garantida na primeira fila. Resta saber se sentará ao lado de Wagner ou de Imbassahy.