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Fábio Mota denuncia que Bahia é ‘campeã do Nordeste’ em demora para executar obras

Por Sandro Freitas

Fábio Mota denuncia que Bahia é ‘campeã do Nordeste’ em demora para executar obras
Foto: Paulino Menezes / MTur
Em Fortaleza, foram necessários cerca de quatro anos para a construção de um novo centro de convenções, o Centro de Eventos do Ceará, hoje o maior da América Latina. Na Bahia, no mesmo tempo, o governo estadual não conseguiu sequer iniciar uma obra um “pouco” mais simples: a climatização do Centro de Convenções, que teve a empresa contratada para o serviço apenas no final do ano passado. Os dois projetos tiveram a verba liberada pelo Ministério do Turismo, através da Caixa Econômica Federal, em 2009. Com críticas ácidas, o secretário nacional do Ministério do Turismo, Fábio Mota, argumenta que a "demora" é fruto de um modelo “lento e arcaico” de execução das obras públicas na Bahia, que são feitas pelas estatais baianas: Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder), Superintendência de Construções Administrativas (Sucab) e Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (Ipac). “Enquanto o centro de Fortaleza foi inaugurado, a colocação do ar-condicionado no terceiro e quarto andar do Centro de Convenções da Bahia nunca saiu do lugar. Você chega em qualquer formatura e sente aquele calor insuportável. É questão de execução. A Conder tem muita obra para fazer e a Sucab também. Não dão conta e fazem as obras que acham mais importantes, deixando o turismo para depois”, revelou Motta. No ranking de obras do Nordeste do Ministério a Bahia aparece como campeã de “baixa execução e devolução de recursos”, como no caso do Centro Histórico de Salvador, que perdeu R$ 37 milhões.
 

 
As verbas foram fruto de projetos da Secretaria Estadual de Turismo (Setur), mas o próprio Mota ressalta que a pasta não tem culpa, pois tem apresentado os projetos e cumprido todos os trâmites a tempo. O secretário Domingos Leonelli (Setur), em entrevista ao Bahia Notícias, ressaltou que “em 48 horas”, após o aval do Ministério, libera o recurso. “Teve um atraso enorme no caso do Centro de Convenções. É um projeto que está com a Sucab, estamos insistindo muito e finalmente lançaram a licitação”, pontuou. Entre as obras atrasadas na Bahia estão: Feira de São Joaquim (R$ 32 milhões), revitalização da orla de Salvador (R$ 10 milhões) e Praça Irmã Dulce (R$ 3 milhões). Leonelli tenta há um bom tempo mudar o tal modelo deficiente citado por Fábio Mota. "Apresentei uma proposta há mais de dois anos para a Casa Civil, com o intuito de criar um pequeno setor de obras na Secretaria de Turismo. Isso será necessário para não perder mais dinheiro, por que o Ministério do Turismo – em algumas obras – não está mais permitindo executor intermediário, só execução diretamente”, afirmou o secretário, que ressaltou a promessa do chefe da Casa Civil, Rui Costa, de “acelerar a proposta”. O titular da Setur também ressaltou que outros projetos têm sido executados na Bahia. “Fábio Mota esquece, talvez pelo pouco tempo no ministério, de dizer o quanto já fizemos. Já executamos R$ 236 milhões desde o começo do governo. Encontramos na secretaria US$ 2,2 bilhões em investimentos privados quando chegamos, mas fechamos 2012 com US$ 5,7 bilhões. Mais que dobramos”, resumiu. Contudo, ainda há outro entrave. “Temos dificuldades muitos grandes com a Caixa. Estamos com produtos para serem analisados há mais de um ano [...] e empresas já desistiram. Tínhamos licitado, por exemplo, a sinalização dos portões de entrada da Bahia. Tem um ano e meio com produtos de verba de sinalização que a empresa que licitamos desistiu”, concluiu.