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Marca Bahia Notícias

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Setps diz que empresas funcionam no vermelho; Planilha da prefeitura diverge

Por Sandro Freitas

Setps diz que empresas funcionam no vermelho; Planilha da prefeitura diverge
Com períodos de amostragem diferentes, as duas planilhas de custos das empresas de ônibus de Salvador, apresentadas nesta quarta-feira (31), pela prefeitura (confira aqui) e pelo Sindicatos das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps) (confira aqui), trazem valores que seguem caminhos contrários. A disparidade principal está na relação entre as despesas e a arrecadação. A Secretaria Municipal de Urbanismo e Transportes (Semut) aponta que as 18 empresas de ônibus de Salvador, em agosto de 2012, deveriam ter ficado com as contas equilibradas, visto que, com a cobrança da tarifa de R$ 2,80 e os custos do setor, arrecadaram cerca de R$ 80 milhões e faturaram quase o mesmo valor. Isso leva como base o pressuposto de que as passagens, ao menos, custeiam o serviço, o que é alegado pela Semut. No entanto, na análise da planilha do Setps do mês de julho deste ano, a afirmação é de que a arrecadação foi próxima de R$ 85 milhões e o faturamento total de R$ 74 milhões. Ou seja, as empresas alegam que ficaram com um saldo negativo de R$ 11 milhões no mês passado. Em uma projeção anual, de forma aproximada, a prefeitura aponta que, no mínimo, o setor fecharia o ano com as contas zeradas, mas com possibilidade de lucro caso reduzisse despesas. Por outro lado, os empresários sinalizam que terminariam o ano com uma dívida de aproximadamente R$ 132 milhões. 
 
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Tabela de cálculo do valor da tarifa de ônibus, segundo Setps
 
A gestão municipal ainda ressalta que, em agosto de 2012, 28,6 milhões de passageiros pagaram R$ 2,80 para andar de ônibus em Salvador. O custo total gira em torno de R$ 4,12 para cada um dos 19,4 milhões de quilômetros rodados. O Setps traz outro cálculo, em que cada um dos 26,7 milhões de passageiros que enfrentaram as viagens de coletivo pagaram R$ 2,80. No entanto, para operar no azul, as companhias analisam que seria necessário a passagem no valor de R$ 3,20 para equilibrar o sistema, já que o custo é avlaiado em R$ 4,64 por passageiro para cada um dos 18,4 milhões de quilômetros rodados. O número total de transportados apresentado em cada planilha leva em conta todos os que pagaram a tarifa inteira e divide por dois quem pagou meia, ou seja, a cada dois cidadãos com o direito ao benefício, foi contabilizado um usuário. Na análise do porcentual de quem não paga os R$ 2,80, o Setps não utiliza os dados referentes a 2013, mas sim uma pesquisa feita em 2009. No levantamento, o sindicato afirma que, em média, 55% pagam inteira, 23% têm direito a meia e 22% possuem gratuidade. Com isso, os empresários dizem que 66% dos soteropolitanos pagam a passagem e 34% não. Isto significa que o sistema teria transportado, em tese, 40 milhões de pessoas em julho deste ano. Em agosto de 2012, a prefeitura sinaliza dados similares, com cerca de 35 milhões de pessoas transportadas. Prefeitura e Setps não apresentaram o faturamento real das empresas, tampouco a arrecadação com a tarifa e o lucro que cada companhia obteve com o sistema de transporte coletivo da capital baiana.