Rui Costa mantém proposta do metrô e Aleluia bate o pé: 'Paralela não tem passageiro'
Por Rodrigo Aguiar/ Evilásio Júnior
Fotos: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
A novela do metrô de Salvador já tem nome: "Torre de Babel". Mesmo após 13 anos de construção do primeiro tramo de 6km, o chamado "calça-curta" – motivo de chacota nacional –, a proximidade da Copa do Mundo e o problema crônico no trânsito da cidade, a prefeitura e o governo ainda não falam a mesma língua para colocar o sistema para funcionar. Nesta quinta-feira (21), em audiência pública no Centro de Cultura da Câmara de Vereadores, os secretários da Casa Civil do Estado, Rui Costa (PT), e de Transporte e Urbanismo do Município, José Carlos Aleluia (DEM), não arredaram pé das suas propostas iniciais.
A proposta não foi considerada boa para Aleluia, que, com o argumento de manutenção da tarifa de ônibus a R$ 2,80, pretende impor a matemática dos sonhos dos empresários: ganhar o mesmo valor por passageiro para cobrir uma área de ínfimos 10km, em duas pernas de cinco. No entendimento do governador Jaques Wagner, que, com a demora da licença da prefeitura para a licitação ser publicada, ameaçou investir os recursos em outros projetos, a ação encareceria e "inviabilizaria" o metrô. "O governador tome a decisão que quiser. O subsídio não pode vir dos passageiros", rebateu o democrata. Aleluia negou, pelo menos, que a sua resistência seja motivada pela defesa dos interesses do Setps. "Todo lado tem empresário interessado. Quem vai construir o metrô também são empresas privadas, que querem lucro. A prefeitura não vai criar empecilhos para fazer o metrô", prometeu, embora na sequência tenha apresentado um "estudo técnico da prefeitura" desanimador. Segundo Aleluia, os dados mostram que 30% dos usuários de transporte público tomarão o metrô da Paralela e apenas 10% usarão exclusivamente o modal. "O metrô é um importante auxiliar. Não vai atender à maioria da população porque foi escolhido no lugar onde não tem passageiros [a Paralela]", profetizou.