Soteropolitanos repudiam recesso parlamentar de 90 dias
Por Natália Falcón
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
Você sabia que os deputados da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) têm um recesso de 90 dias? Independentemente da resposta, a indignação é unânime. “Isso é uma falta de respeito, discordo completamente”, reclama Rogério Moreira, 46 anos, porteiro. Apesar de ser uma realidade no Congresso Nacional, que reduziu as férias de 90 para 55 dias há sete anos, a questão não é bem vista por alguns integrantes da AL-BA, que afirmam trabalhar também durante o período. Questionada pelo Bahia Notícias, a comerciante Aline Santos, 28, ressalta a injustiça da regalia. “Eu trabalho o ano todo para ter só 30 dias. É por isso que ninguém faz nada”, queixa-se. A incoerência dos três meses de recesso é lembrada também pelo farmacêutico Carlos dos Santos, 38. “São direitos iguais. O que nós temos eles têm. Senão os trabalhadores também merecem três meses”, considerou. Para o empresário Eduardo Souza, 42, a solução é moralizar. “As férias são apenas uma das coisas, são muitos benefícios. É preciso, no mínimo, equiparar com a população”, clamou. Em enquete feita com os onze líderes das bancadas e blocos, o BN identificou que, apesar de seis serem a favor da diminuição, em 2012, até a proposta do presidente Marcelo Nilo (PDT) para diminuir o período para 75 dias não chegou a ser considerada. “Eu não sabia disso, não sei muita coisa, mas sei que é errado demais”, opina a empregada doméstica, Pérpetua, 45. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) a ser apresentada na próxima segunda-feira (18) pretende encurtar o intervalo de descanso dos parlamentares baianos para o mesmo um mês ao qual o trabalhador tradicional tem direito.