Professores param por 48 horas contra mudanças previstas por ACM Neto
Por Bárbara Affonso
Foto: Tiago Melo/Bahia Notícias
Professores da rede municipal de Salvador aprovaram uma paralisação de 48 horas, iniciada nesta quarta-feira (20), para a discutir as mudanças que serão implementadas no ensino pela nova gestão soteropolitana. A diretora da APLB Sindicato, Marilene Betros, informou, em entrevista ao Bahia Notícias, que os professores estarão nas unidades durante a paralisação para discutir o programa "Alfa e Beto", as condições de infraestrutura das escolas e a ampliação da jornada de trabalho em 30 minutos por turno. “As escolas estão depredadas, sem professores, a rede elétrica tem problemas, a rede hidráulica tem problemas. Como aumentar a carga horária nessas condições?”, considerou. Sobre o programa, cujas críticas tiveram repercussão nacional em matéria veiculada na revista Caros Amigos e fizeram parte de discurso do vereador Hilton Coelho (PSOL), a diretora explicou que o sindicato tem discordâncias em muitos pontos. “O conteúdo proposto no Alfa e Beto traz algumas questões de cunho racista e vivemos em uma cidade com a maioria da população negra. Não podemos ensinar conceitos pré-concebidos, ou seja, preconceitos. Além disso, não concordamos com a metodologia de alfabelização. Precisamos discutir se, em pleno século 21, este é o melhor método”, afirmou, ao questionar a imposição do programa, sem prévia discussão com os professores. No próximo dia 25, a categoria pretende se reunir com a prefeitura para tratar do plano de carreira. “Esperamos que o Município aproveite a oportunidade para discutir também estas questões”, concluiu Marilene.