Corregedor Nacional do MP pede abertura de processo disciplinar contra Demóstenes

O corregedor nacional do Ministério Público, Jeferson Coelho, votou nesta quarta-feira (24) pela instauração de processo administrativo disciplinar contra o ex-senador Demóstenes Torres, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Coelho considerou graves os indícios de que Demóstenes utilizou sua influência no Ministério Público de Goiás, onde era procurador de Justiça desde 1983, para favorecer interesses da quadrilha de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O processo administrativo disciplinar ainda precisar do aval dos demais membros do conselho, o corregedor adiantou que defende a pena máxima para ex-senador, ou seja, demissão do Ministério Público. Além do procedimento administrativo, o corregedor também votou pela manutenção do afastamento cautelar de Demóstenes das funções de procurador e solicitou que o processo, ao qual ele já responde no Ministério Público goiano, seja remetido ao Conselho Nacional do Ministério Público. O advogado de Demóstenes, Neilton Cruvinel Filho, alegou que não houve comunicação prévia do conselho e lembrou que uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) garante que um servidor público não pode ser processado administrativamente duas vezes. “O processo que Demóstenes sofreu no Senado Federal já foi um processo administrativo, ele não pode ser processado novamente agora”, alegou o advogado.