Diretor da TWB nega irregularidades e argumenta: ‘A concessionária não é uma empresa pública’
Por Evilásio Júnior
Fotos: Mariele Góes/ Evilásio Júnior / Bahia Notícias
O diretor-superintendente da TWB, Reinaldo Pinto, negou cada uma das irregularidades apontadas pelo vice-governador Otto Alencar sobre a gestão da empresa nos seis anos que administrou o sistema ferry boat. Em visita à redação do Bahia Notícias, o empresário criticou a divulgação dos fatos à imprensa, a qual considerou “açodada” e “antiética”. “Eu estou pasmo, para não dizer decepcionado, especialmente com o vice-governador Otto Alencar, a quem eu sempre tratei com o maior respeito, pelo fato de ele ter assumido um posicionamento de tirar conclusões sem sequer haver apurações. Isso é execrável”, avaliou, apesar de as inadequações terem sido apontadas após duas auditorias e intervenção do Estado no serviço de travessia entre Salvador e a Ilha de Itaparica. Segundo ele, a maior parte das incorreções apontadas pela Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) diz respeito à não distinção entre a atuação de entes públicos e privados. “Eles precisam compreender que a concessionária não é uma empresa pública. Se a TWB fosse uma empresa pública, caberia qualquer outro tipo de julgamento. Eles estão confundindo as coisas. Não sei se equivocadamente ou intencionalmente”, cogitou.
Segundo o empreendedor, não havia necessidade de intervenção no ferry boat, uma vez que a TWB pediu a rescisão do contrato de 25 anos há dois meses na Justiça. “Estou insatisfeito com essa situação há muito tempo. O contrato com o governo do Estado foi desrespeitado em todos os seus aspectos. Isso sim é objeto de apuração”, opinou, ao ressaltar que um estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou em junho deste ano um desequilíbrio de R$ 196 milhões no convênio, fato também analisado pelo Judiciário. Sobre a expectativa do vice-governador de que ele ganhe “pulseiras” em vez de dinheiro do Estado, Pinto argumenta que Otto Alencar “tenta criar factoides”. “Eu não temo nenhuma dessas consequências. Eu tenho a minha consciência absolutamente tranquila com tudo o que fiz e em tudo o que faço”, apostou. Sobre as constantes reclamações dos usuários das balsas quanto à prestação do serviço, ele admite os problemas, mas aponta como causa “o descumprimento total do contrato pelo próprio governo”. “O governo não cumpriu nenhuma das cláusulas contratuais no seu devido tempo. Quando cumpriu, cumpriu atrasado”, reclamou, ao enumerar uma série de supostas inadimplências.