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Nova denúncia aponta desvio de R$ 249 mil da TWB para conta pessoal de diretor: ‘Ele vai receber pulseira’, dispara vice-governador

Por Evilásio Júnior

Nova denúncia aponta desvio de R$ 249 mil da TWB para conta pessoal de diretor: ‘Ele vai receber pulseira’, dispara vice-governador
Problemas vão além da má infraestrutura | Foto: Evilásio Júnior / Bahia Notícias
O imbróglio entre a TWB Bahia, que perdeu a concessão do sistema ferry boat, e o governo do Estado, que fez intervenção no serviço, ganhará as páginas policiais nos próximos dias, aposta o vice-governador Otto Alencar. Em contato com o Bahia Notícias, o gestor, que acumula o cargo de secretário de Infraestrutura, revelou em primeira mão mais uma suposta incorreção da empresa. Além das irregularidades apontadas em entrevista coletiva nesta segunda-feira (24), o diretor-geral da concessionária, Reinaldo Pinto dos Santos, transferiu no dia 1º de janeiro deste ano cerca de R$ 249 mil, em dinheiro vivo, dos cofres da companhia para a sua conta pessoal.


A movimentação é comprovada em cópias de dois extratos, às quais o BN teve acesso – um de R$ 76.354,40 e outro de R$ 172.757,46 –, expedidos na mesma data. “Cada dia que passa as coisas vão aparecendo. Isso é apropriação indébita do dinheiro arrecadado no Réveillon. Isso aqui é caso de polícia. É por isso que não tem dinheiro para consertar barco. Esse [Reinaldo Pinto] é um homem que não consegue falar uma única verdade, mas a Justiça não dá razão à mentira. Ele vai ter que devolver muito dinheiro. Eu vou tirar dele tudo o que ele lesou do Estado. Eu vou atrás dele onde ele estiver. A auditoria do Estado está lá dentro e, pelo jeito que vai, em vez de receber dinheiro, ele vai receber pulseira”, disparou Otto, sobre a possibilidade de as denúncias culminarem na prisão do executivo, que pede ressarcimento do governo pela quebra contratual.

Na série de ilegalidades verificadas, conforme o titular da Seinfra, estão a falta de comprovação de recursos investidos pelo braço paulista da companhia e do contrato de aluguel do estacionamento à microempresa da mulher do diretor, bem como da locação de veículos pela TWB, cujos contratos (veja aqui, aqui e aqui) seriam superfaturados. “Ele alugava os carros da TWB de São Paulo e superfaturava os preços. Cada aluguel saía a R$ 8 mil”, acusou o vice-governador, que diz contar com o “apoio integral” dos funcionários da concessionária e dos gestores da Agerba – Eduardo Pessôa e Marcos Cavalcante – na apuração do caso. De acordo com Otto Alencar, as equipes da Seinfra e da agência reguladora de transportes estão na fase de formalização das provas, que serão, em seguida, encaminhadas à promotora Rita Tourinho, do Ministério Público Estadual, e à Polícia Civil. “Isso é igual a um abscesso. Fazer a assepsia leva um tempo”, comparou, sobre o surgimento frequente de novas inadequações. O secretário alertou ainda o contador da TWB para que não atenda a um suposto pedido da empresa para que informações sejam ocultadas. “Se ele sonegar, nós vamos denunciá-lo ao Conselho de Contabilidade. De nada adianta mandar nota dizendo que continua aberta ao diálogo. Não vamos dialogar com quem deu tanto prejuízo ao Estado e nunca investiu nada na Bahia. Vamos apurar todas as irregularidades cometidas com o rigor da lei”, avisou Otto. A TWB venceu a concorrência pública para operar a travessia Salvador-Ilha de Itaparica em 2006, ainda no governo Paulo Souto (DEM). O contrato seria de 25 anos.