Secult vai fechar turmas noturnas da rede municipal; APLB é contra
Por Bárbara Souza
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
A Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) vai fechar turmas noturnas em escolas de Salvador. O titular da pasta, João Carlos Bacelar, explicou que a medida tem o objetivo de “racionalizar” gastos com turmas com “baixíssima demanda”. Segundo ele, trata-se de alunos do Segmento Educação de Jovens e Adultos (Seja), destinado a pessoas acima de 15 anos que não completaram o ensino fundamental. “Há casos de turmas com apenas três alunos. Nessas salas nós vamos fazer uma redistribuição”, diz Bacelar, que evita usar o termo enturmação. Questionado sobre o número de turmas e o volume de recursos que serão economizados com os cortes, o secretário disse que ainda não dispõe desses dados porque o levantamento ainda está sendo feito. Bacelar explicou que mudanças, a serem realizadas a menos de três meses do fim do ano, já foram feitas em outras ocasiões e lembrou que a matrícula para o Seja “aconteceu em julho”, motivo pelo qual só agora foi possível constatar o reduzido tamanho das turmas. O titular da Secult assegurou que a medida não será tomada de forma “arbitrária”e a intenção é “construir um consenso com a APLB”, missão que não deverá ser fácil. “Nos posicionamos contra esse tipo de decisão”, afirmou de forma contundente a diretora do sindicato, Elza Melo, ao ressaltar que a informação sobre a medida não havia chegado “oficialmente” à direção da entidade. Apesar de tratar a notícia como oficiosa, a sindicalista faz questão de deixar clara a objeção da APLB à proposta de criação de turmas maiores em escolas-polo, cuja existência foi confirmada ao BN pelo secretário. A proposição da Secult implica no deslocamento de estudantes à noite para assistirem às aulas em outros bairros. Na avaliação de Elza Melo, a solução para aumentar o número de alunos nas turmas da noite passa pela “construção de uma escola motivadora”, o que elevaria o interesse e a assiduidade dos discentes. Ela esclarece que, caso venha a se efetivar a proposta da secretaria, haverá “excedente” de professores, situação indesejável porque gera insatisfação na categoria. No próximo dia 27, o assunto será discutido em uma reunião entre representantes da Secult e da APLB Sindicato.