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Cientista político avalia conjuntura da disputa eleitoral em Salvador

Por Mariele Góes

Cientista político avalia conjuntura da disputa eleitoral em Salvador
Fotos: Tiago Melo / Bahia Notícias
“Vai ser uma campanha complicada, com três propagandistas com reais chances de vitória”, sentencia o cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia Wilson Gomes. Apesar da disputa eleitoral pela prefeitura de Salvador ainda estar no início, já é possível citar fatores que podem favorecer ou prejudicar os principais candidatos. Em entrevista ao Bahia Notícias, o acadêmico faz considerações sobre as eleições de 2012. Por enquanto, em sua opinião, não há favoritos. “Parecia que o PT ia nadar de braçada, mas tem cometido erros neste começo de campanha que se tornam condições desfavoráveis”, explica. Gomes acredita que há três elementos principais que podem prejudicar a candidatura de Nelson Pelegrino (PT) este ano. “O primeiro fator é a greve. Não vai ser bom para candidatura na capital nem no interior. Não é só a questão do julgamento das pessoas sobre a greve – ou seja, seus filhos estarem em casa sem ter aula – mas também o julgamento das consequências impostas aos grevistas como, por exemplo, o corte salarial. O professor é uma figura respeitada”, aponta o cientista político. A rejeição ao carlismo é o segundo fator. “Havia um tempo em que as pessoas tapavam o nariz e falavam que iam votar no menos pior dos candidatos não-carlista. Grande parte da eleição de Wagner se deveu a essa rejeição. Agora é o contrário, isso afeta ACM Neto menos do que já afetou outros candidatos e, por outro lado, as pessoas parecem cansadas do PT”, explica o professor. “O terceiro fator é um fastio com relação ao PT. A máxima expansão do charme do partido parece ter sido atingida. Ainda é cedo para dizer, mas parece que esse charme não vai bastar”, comenta Gomes. 
 

"Vai ser uma campanha interessante e competitiva” , acredita o cientista político.

Já Mário Kertész (PMDB) teria, segundo ele, outros ingredientes que merecem atenção. “O ponto forte está relacionado ao tempo que ele tem à frente da Rádio Metrópole lidando com o varejo político relacionado aos problemas locais. Isso vai ser uma vantagem, sobretudo porque a agenda de eleições municipais trabalha em cima de problemas concretos. O ponto fraco da candidatura dele tem a ver com a reputação, o passado, a história que ele tem”, pondera o cientista. Os desafios de ACM Neto, para o professor, estão ligados à herança política carlista. “É sempre a ambiguidade da candidatura dele. Ele não pode se vincular excessivamente a essa herança. Por outro lado, não pode se afastar demais, ou perde o eleitorado do seu DNA político. Dificilmente ele pode ter sucesso apenas apostando na saudade de ACM. Esses votos carlistas não garantem eleição”, examina. Quanto à aliança do DEM com o PV, Wilson Gomes é agudo. “Isso vai acrescentar mais em relação à imagem do que na quantidade de votos da coalizão, porque o PV não tinha votos nem para si”, assegura. O cientista político também aponta uma característica peculiar da disputa eleitoral este ano em Salvador: as três chapas majoritárias possuem vices negros que têm inserção em movimentos sociais. “Quem inventou esse modelito foi o ACM Neto e depois todo mundo passou a copiar. Mas como todos usaram, acaba que um anula o outro em termos de argumento”, avalia. Segundo o professor, o resultado das urnas depende muito do carisma, da condução de imagem e do discurso de cada candidato. “Não vai ser fácil para nenhum dos três, vai ser uma campanha interessante e competitiva”. Quando questionado sobre a situação dos outros candidatos, Rogério da Luz (PRTB), Hamilton Assis (PSOL) e Mário Marinho (PRB), Wilson Gomes foi categórico. “Eu acho que eles não têm a menor chance. Eles estão se candidatando a outra coisa que não prefeito, talvez para ganhar alianças. Uma eleição com três pólos, não vai ter voto quicando. Os votos brancos e nulos vão ser maiores que os deles somados”, presume.