Rodoviários ameaçam greve em duas semanas
Por Leonardo Martins
Foto: Tiago Melo / Bahia Notícias
Cerca de um mês após a entrega da pauta de reivindicações ao patronato, motoristas e cobradores de ônibus vivem um clima de tensão em Salvador. Em entrevista ao Bahia Notícias nesta quinta-feira (26), o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado, revelou que a categoria deve entrar em greve a qualquer momento após o dia 8 de maio, data da última rodada de negociações com os empresários do setor. Segundo o dirigente, até o momento, nenhum acordo foi firmado com o patronato. “Não havendo possibilidade nenhuma de negociar, com certeza iremos parar. Isso acontece em todos os anos. A gente busca sempre a negociação. Não havendo negociação, acaba em greve. Pelo o que está desenhado até agora, com a 6ª rodada e nenhum entendimento, tudo está indicando o caminho da paralisação. Estamos dispostos a parar as atividades se as principais exigências da categoria não forem atendidas”, avisou. Machado contou que um novo calendário de negociações foi aberto nesta quinta e será respeitado pelos funcionários. “Teremos reuniões nos próximos dias 3 e 8 de maio. Ou seja, até lá não haverá paralisação, mas esperamos o avanço. Caso não haja, nós vamos pedir a mediação da SRTE [Superintendência Regional do Trabalho e Emprego]. Se ainda não chegarmos a um acordo, na segunda quinzena de maio deve ser instalada a greve”, cogitou. Questionado sobre ações que atingem diretamente a população soteropolitana, o sindicalista ressaltou a importância da mobilização e se queixou da postura da imprensa em relação ao contexto de greve. “Há dois ou três anos fazemos esse tipo de manifestação por conta disso. A crítica questionava que o passageiro precisa dos ônibus e nós paramos de fazer [o transporte]. Já tem dois anos que estamos fazendo a manifestação na garagem para não despertar esse tipo de questionamento. Mas, em qualquer tipo de manifestação, a crítica vem dura para cima da categoria. Você ficando em casa ou na rua, o passageiro não vai ficar satisfeito de ficar sem o ônibus. Nossa situação é um tanto crítica”, avaliou. Entre as reivindicações da categoria estão 8% de ganho real; retorno do quinquênio perdido na Justiça em 2006, fim das terceirizações, aumento da participação nos lucros de 15% para 30%, elevação do vale-alimentação de R$ 10,70 para R$ 15, com direito nas férias, e extensão do plano de saúde para toda a família.