Severino Cavalcanti não se arrependeu de entregar padre ao regime militar

Ex-deputado federal a atual prefeito de João Alfredo (167 km de Recife), Severino Cavalcanti declarou que não se arrependeu de ter denunciado ao regime militar o padre italiano Vito Miracapillo, expulso do país em 1980 depois que se recusou a celebrar uma missa em homenagem ao Dia da Independência na cidade pernambucana de Ribeirão. "Ele tinha uma posição prejudicial ao bom andamento das coisas em Ribeirão. Era outro momento. A posição que ele tomou não era conveniente naquela época", afirmou Cavalcanti, que na época era deputado estadual pela Arena. Miracapillo retornou a Pernambuco esta semana e celebrará na noite deste sábado (7) uma missa na mesma cidade de Ribeirão para comemorar a decisão do Ministério da Justiça, que autorizou a renovação de seu visto permanente. Ao chegar a Recife na última terça-feira, o religioso garantiu ter perdoado os responsáveis por sua expulsão e chegou a dizer que não teria problemas em encontrar Severino Cavalcanti. "Não tenho nada pessoal [contra o padre]. A hora que ele quiser marcar estou pronto para atender", comentou o ex-deputado. Questionado pelo jornal Folha de S. Paulo se agiria da mesma forma nos dias de hoje, Severino desviou do assunto. "Agora ele vem mais equilibrado. Acho que ele não iria mais tomar essa atitude", opinou. Miracapillo retornará para a Itália depois de celebrar a missa em Ribeirão, já que é pároco na cidade de Canosa.