Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Ordem de despejo de quilombolas que vivem na Base Naval de Aratu é suspensa

Por João Gabriel Galdea

Ordem de despejo de quilombolas que vivem na Base Naval de Aratu é suspensa
Idosa vive há 111 anos no local; Marinha diz que área foi invadida nos anos 70
A ordem de despejo dada pelo juiz Evandro Reimão dos Reis, da 10ª Vara, que previa a remoção de 43 famílias da comunidade quilombola de Rio do Macaco, na Base Naval de Aratu, em Salvador, foi suspensa após uma reunião em Brasília nesta terça-feira (1º) que contou representantes do Ministério da Defesa, Secretaria de Políticas de Igualdade (Seppir), Procuradoria Geral da União (PGU), Incra, além da Marinha, que reivindica o espaço. De acordo com o deputado federal Luiz Alberto (PT), a decisão adia em quatro meses a ordem de retirada da comunidade – hoje com cerca de 300 moradores –, presente no local já há mais de dois séculos. Até fevereiro do ano que vem, o Incra deve concluir os estudos com o objetivo de demarcar a área quilombola, cujo certificado foi emitido em setembro pela Fundação Palmares. As famílias de agricultores que vivem na área relatam conflitos com militares da Marinha desde a década de 1960, quando foi criada a Base Naval de Aratu. O principal conflito deu-se a partir da construção da Vila Naval, onde moram os militares, construída em áreas antes ocupadas pelos quilombolas. A força armada – que alega que os moradores “invadiram” a área somente da década de 1970, apesar de haver uma senhora que vive no local há 111 anos, entre outros idosos – pretende construir um centro de treinamento para os fuzileiros navais e outras instalações para a unidade na área. A decisão da Justiça previa o despejo dos remanescentes de quilombos na próxima sexta (4).