Projeto do 'cacetinho' de Negromonte Jr. é 'estúpido' e 'inconstitucional', diz sindicato
Por José Marques
O presidente do Sindicato da Indústria da Panificação da Bahia, Mário Pithon, entrou em contato com o Bahia Notícias para protestar contra o projeto de lei de autoria do deputado estadual Mário Negromonte Júnior (PP), que propõe que sejam adicionados 10% de fécula de mandioca na farinha de trigo que compõe o pão na Bahia – o que seria chamado de "pãozinho baiano” ou, conforme o termo popular soteropolitano, o "cacetinho baiano". “Isso é uma loucura, uma coisa absurda que interfere na livre iniciativa e está impondo a extinção de um produto. Esse projeto já tentou passar no Congresso e não conseguiu, já tentou passar em vários estados e não conseguiu, porque é inconstitucional”, criticou o representante da categoria. Para ele, o parlamentar “deve estar querendo fazer média com o setor produtivo de mandioca” e ficaria "querendo mostrar serviço fazendo projeto que não tem sentido nenhum”. “Ele [Negromonte Jr.] andou dizendo que [a adição de fécula de mandioca] não modifica o sabor. Onde foi que ele comeu esse pão para dizer que não modifica? Ele devia impor esse projeto para a Cesta do Povo e não para o setor privado”, argumentou. Pithon afirma que a medida seria "antidemocrática". “Ao mesmo tempo em que a sociedade discute a descriminalização da maconha, querem nos proibir de comer o pão francês, uma receita de 500 anos. É uma coisa estúpida e absurda”, frisou.