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‘Folia Afro Brasileira’ reúne três gerações de nordestinos para reverenciar ancestralidade

Por Jamile Amine / Rebeca Menezes

‘Folia Afro Brasileira’ reúne três gerações de nordestinos para reverenciar ancestralidade
Fotos: Jamile Amine / Bahia Notícias

O Largo do Pelourinho recebe neste domingo (11) um encontro de peso. Com três gerações de nordestinos que cantam aos orixás e reverenciam os seus ancestrais: Ana Mametto, Rita Benneditto e Mateus Aleluia. A idealizadora do projeto é Mametto. “Eu estou muito feliz de poder estar reunida com os dois, que são dois ícones para mim, influências. Eu acabei de postar nas redes sociais que hoje é dia de aprender. A ideia partiu de mim. Eu tive a oportunidade de conhecer Rita nesse ano que passou, fiz um show com ela em um encontro dos centros de Umbanda aqui na Bahia e nos 'apaixonamos'. Aí eu fiz o convite para ela vir à Bahia. A primeira pessoa que eu pensei para entrar no trio seria seu Mateus, pela afinidade, pelo amor que eu tenho por ele. Muita gente não sabe, mas seu Mateus foi quem me batizou. Eu virei Mametto em 2004 e a partir daí meu nome de batismo acabou se apagando”, lembrou.

A cantora prometeu uma festa digna de uma noite de folia de Momo. “A ideia de cantar para os orixás é uma reverência mesmo, é uma vontade de falar das nossas influências, da nossa ancestralidade. Falar para essa geração que tem tão pouco acesso a essa música, a essa história. Hoje, no show, a gente vai contar um pouco dessa história da nossa cultura afro-brasileira através das músicas. Claro que com muita vibração, muita alegria, porque estamos no Carnaval. [...] Não vai ser o primeiro e último. Vai ser o primeiro de muitos e nós vamos tentar, a partir desse pontapé, manter esse projeto, mostrando as três gerações cantando a nossa cultura afro-brasileira”, prometeu.

A maranhense Rita Benneditto explicou a importância desta noite para ela, que sente como se fosse “metade baiana”, com uma relação espiritual com o estado. “Mais que especial, é sagrado. Por ser na Bahia, por ser no Carnaval da Bahia, por ser no Pelourinho, esse lugar mágico onde o Brasil começou, onde a África se estabeleceu de uma forma profunda, e pelo fato de eu também ser de uma região em que a África é muito forte. Aliás, o Brasil inteiro é fruto da mãe África, além dos nossos índios, que nos deixaram uma herança profunda. [...] Eu só posso agradecer aos deuses e deusas do Panteão africano por estar aqui nesse lugar tão especial. [Por] Estar aqui hoje com seu Mateus Aleluia, que é uma grande referência no meu trabalho e que me incentivou sobre vários aspectos a fazer o que hoje eu faço, a de alguma forma levantar uma bandeira pela cultura brasileira, especialmente a cultura afro-brasileira e sua religiosidade. E a convite da Ana, que também tem esse compromisso, essa reverência à nossa cultura”, avaliou.

Em entrevista ao Bahia Notícias, Mateus Aleluia reforçou que o encontro do trio mostra um equilíbrio dos artistas e conta um pouco da própria história: “O africano e o dono da terra, o tupiniquim, o tamoio, o tapuia, e outras etnias que nós chamamos de índio, geraram o candomblé de caboclo, que é a junção do negro com o índio. Então esse encontro jacaré com cobra d'água: Aninha, a impetuosidade, a nossa Rita no meio termo, meio impetuosa e meio imprudente, e eu totalmente imprudente. É uma junção bonita, de mostrar o que é que a Bahia é. Esse hábito lindo, essa plástica maravilhosa, essa poesia muito calcada pelo sentimento, trazida pelo canto dos orixás, toda essa melodia calcada nas células rítmicas dos candomblés de todas as nações. Então é isso que nós trazemos aqui hoje”. Questionado sobre a relação do show com o tema escolhido para o Carnaval do Pelourinho deste ano, uma homenagem aos 220 anos da Revolta dos Búzios, o artista reforçou que essa é uma questão vivida por eles todos os dias. “O tema é sempre tema. Esse ano que eles escolheram esse. Para nós, todo dia é hoje. Hoje é uma moda e ele escolheu isso. Tá na moda, tá no tipo”.