Para defesa de Temer, vazamento de delação é 'abjeto golpe ao Estado de Direito'

Diante do vazamento dos depoimentos prestados pelo doleiro Lúcio Funaro ao Ministério Público Federal (MPF), a defesa do presidente Michel Temer (PMDB) disse que o caso se constitui como "mais um abjeto golpe ao Estado Democrático de Direito". Em nota assinada pelo advogado Eduardo Pizarro Carnelós, que agora representa o peemedebista, a equipe de defesa alega que o vazamento pretende constranger os parlamentares que vão apreciar a segunda denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na próxima quarta-feira (18). O presidente foi acusado organização criminosa e obstrução à Justiça pela Procuradoria-Geral da República (PGR), quando o órgão ainda era comandado por Rodrigo Janot. "É evidente que o criminoso vazamento foi produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no País, por meio da instauração de ação penal para a qual não há justa causa. Só isso explica essa divulgação, ao final de uma semana em que a denúncia formulada pelo ex-chefe do MPF foi reduzida a pó pelo parecer do deputado Bonifácio de Andrada", ataca a defesa. O texto diz ainda que as afirmações de Funaro "não passam de acusações vazias, sem fundamento em nenhum elemento de prova ou indiciário". Em um dos trechos da delação divulgada nesta sexta (13), Funaro delata um suposto esquema de propina, em que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cuinha (PMDB-RJ), repassava valores a Temer. Os depoimentos implicam ainda os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e o ex-ministro baiano, Geddel Vieira Lima (PMDB) (saiba mais aqui).