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Base de Temer na Bahia vê repetição em denúncia de Janot; oposição indica robustez

Por Ailma Teixeira

Base de Temer na Bahia vê repetição em denúncia de Janot; oposição indica robustez
Foto: Rogério Melo / PR

A segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda precisa do aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para chegar à Câmara dos Deputados, mas no Congresso, o assunto já é repercutido. Enquanto a oposição mantém um posicionamento mais firme e favorável à continuidade do processo, parlamentares da base de Michel Temer (PMDB) usam tom mais cauteloso, porém de recusa ao andamento da investigação. "Essa denúncia praticamente reproduz a anterior", critica o deputado Cláudio Cajado (DEM), que votou a favor de Temer na apreciação da acusação por corrupção passiva. "Os termos dela e os fatos dizem respeito com referência à delação da JBS, então eu acredito que não haja alteração em cima do que já foi exposto e defendido", acrescenta. Embora tenha votado a favor de Temer na primeira denúncia, o democrata afirma que não pretende se antecipar e definir um posicionamento pró-governo antes de ouvir a defesa do presidente. Outro democrata baiano, o deputado federal Elmar Nascimento disse ainda não ter tido tempo de analisar o texto de 245 páginas na íntegra, mas, pelo que pôde acompanhar, acredita se tratar de repetição. "Quando a gente julgou a primeira denúncia, se julgou o conjunto da obra", defende. Assim como Cajado, Nascimento também votou pelo arquivamento da denúncia da PGR por corrupção passiva. Ele argumenta que o processo atrapalha reformas em trâmite, já que exige o afastamento imediato do presidente. "Fica a instabilidade pra saber se o presidente cai ou não cai, a área da previdência que poderia ser tratada, tudo se retarda", pontua. Por outro lado, parlamentares de oposição exaltam o texto do procurador-geral, Rodrigo Janot. Para a deputada federal Alice Portugal, líder do PCdoB na Câmara, seria uma "desmoralização nacional" por parte dos parlamentares se arquivarem mais essa denúncia. "É abrangente, avassaladora, cercada de vantagens que nos assustam do ponto de vista dos valores arrecadados pra essas estruturas aí, então eu acredito que o Supremo libere e que a gente possa votar", afirma. Alice se refere também a denúncia de Janot contra o "quadrilhão do PMDB", que, de acordo com Janot, seria controlado pelo presidente da República. Já o deputado federal Afonso Florence (PT) não tem tanta esperança de que esse segundo inquérito seja continuado. Para ele, isso só seria possível com o apoio massivo da população, que já não se mobiliza como antes. "A representação é ainda mais robusta, entretanto, o governo tem o número. Na comissão [de Constituição e Justiça (CCJ)], ele operou pra ter o número, alterou parlamentares", lembra Florence, citando a estratégia do governo que efetuou mudanças na Comissão, a fim de garantir a rejeição da denúncia. "Ele já tem maioria, então apesar de haver uma robustez de provas, não é só delação premiada, existe um esforço muito grande para novamente ser rejeitada", lamenta o petista. Por outro lado, tanto Florence quanto Alice acreditam que a ação da PGR já consegue retardar o trâmite da reforma da Previdência, que para Florence já "está morta". Antes de aceitar ou rejeitar a denúncia da PGR, o STF vai julgar o pedido da defesa de Temer, que tenta suspender o trâmite da denúncia no Congresso. Se chegar à Câmara, o texto deve ser primeiro apreciado pela CCJ, mas, independente do resultado na comissão, segue para votação no plenário.