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Castelo de cartas: Nilo vive inferno astral em 2017, porém os Vieira Lima servem de consolo

Por Fernando Duarte

Castelo de cartas: Nilo vive inferno astral em 2017, porém os Vieira Lima servem de consolo
Foto: Reprodução/ Amarelinho 10

Em janeiro de 2017, o então presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Marcelo Nilo (PSL), era considerado candidatíssimo a mais uma reeleição – a sexta consecutiva – e admitia estar longe da chapa majoritária de 2018, após muito insistir. O tempo passou e Nilo, figura afável no trato político, perdeu o posto de chefe do Legislativo para Angelo Coronel (PSD). Era uma derrota expressiva para um parlamentar que governou a AL-BA por 10 anos. O castelo de cartas, em que Nilo era o rei, começou a desmoronar. Ficou menos popular, mas se manteve como parlamentar atuante. Deixou a vaga na realeza. Ontem, viu mais uma carta cair. Foi alvo de uma operação conjunta do Ministério Público Eleitoral e da Polícia Federal para apurar suposto caixa 2 via o instituto Bahia Pesquisas e Estatística Ltda, popularmente conhecido como “DataNilo”. A ironia contida no apelido era uma referência à forma “carinhosa” com que o ex-presidente da Assembleia se referia à empresa: “Minha Babesp”. Segundo o advogado dele, o adjetivo possessivo era uma brincadeira. A Babesp pertence a um amigo dele e, por isso, Nilo contratou tantas vezes as pesquisas – inclusive os levantamentos que apresentaram maior índice de acerto nas últimas eleições para a Bahia e para Salvador. Um instituto contratado, inclusive, pelo Bahia Notícias para a realização de pesquisas. O deputado, que apareceu procurando um partido para se filiar por receio dos impactos da reforma política nas siglas menores, a exemplo do PSL, ficou com pouco chão ou, como disse em plenário, “em situação vexatória”. O consolo do Nilo, todavia, é que não é apenas o castelo de cartas dele que ficou ameaçado diante de uma operação da PF. No mesmo dia, o então incólume deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) foi oficialmente citado no processo que envolve o irmão preso, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, e um apartamento com mais de R$ 51 milhões cuja origem não foi esclarecida após mais de oito dias da apreensão. O juiz Vallisney Oliveira remeteu ao Supremo Tribunal Federal a investigação decorrente do recorde de dinheiro vivo recolhido pela PF e levou Lúcio para junto de Geddel, na cena impressionante das malas e caixas de dinheiro. O deputado federal do PMDB, único da Bahia, recebeu por empréstimo o imóvel onde a dinheirama foi encontrada e ainda viu uma fatura da empregada dele ser localizada em meio às milhares de cédulas. A prisão preventiva de Geddel aumentou as especulações de que o peemedebista pode fechar um acordo de colaboração premiada. Até o momento, oficialmente, ninguém negou a hipótese. Se sim, as contrapartidas incluiriam, segundo informações que circulam na imprensa nacional, a blindagem de familiares, a exemplo do próprio Lúcio e também da genitora da dupla, Marluce, que teve a casa como alvo de mandados de busca e apreensão no dia em que Geddel foi preso. Os dois assuntos fortes da política baiana nesta quarta não se entrelaçam. Entretanto, Nilo pode se inspirar nos irmãos Vieira Lima para ter como consolo para o inferno astral de 2017. Nem tudo é tão ruim o tempo todo. Este texto integra o comentário desta quinta-feira (14) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.