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Oposição transforma Lula em 'vítima' e ex-presidente ainda arrasta multidões

Por Fernando Duarte

Oposição transforma Lula em 'vítima' e ex-presidente ainda arrasta multidões
Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

A tentativa de suspender o título de doutor honoris causa concedido pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi bem sucedida e o vereador de Salvador, Alexandre Aleluia (DEM), autor da ação popular obteve vitória expressiva na empreitada. Às vésperas da concessão, o juiz da 10ª Vara da Fazenda Federal suspendeu a sessão do conselho universitário que aprovou a honraria e colocou água no pleito da militância petista – sim, é necessário que se admita que a origem da homenagem foi político-partidária disfarçada de proselitismo acadêmico. Porém, ao conseguir uma vitória na cassação de um título de “doutor honoris causa”, a oposição transforma Lula no que o ex-presidente se tornou especialista nos últimos anos: “vítima”. Desde a chegada dele ao Palácio do Planalto, em 2003, a oposição usou repetidas vezes a fórmula de atacar o ex-presidente com todas as armas possíveis, chegando ao nível de adotar um boneco inflável com a inscrição 13-171, uma referência ao PT e ao crime de estelionato, como símbolo-mor do combate à corrupção, o Pixuleco. Enquanto o processo de vitimização de Lula era inflado pela oposição, o petista resistiu ao mensalão em 2006, fez sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff, e agora aparece bem colocado nas pesquisas de intenção de voto para 2018. Corre o risco de ficar inelegível caso se confirme a condenação em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro – hoje já possui uma pena de 9 anos e seis meses pelos crimes, após decisão do juiz Sérgio Moro. O ex-presidente iniciou nesta quinta-feira (17), em Salvador, a “Caravana Lula”, uma campanha eleitoral antecipada, sustentada, principalmente, pelo espectro de que pode ficar fora da disputa eleitoral do próximo ano. A favor de si – e com a ajuda da militância -, mantém o tom messiânico que o caracteriza e ganha espaço para se tornar “vítima” a cada decisão contrária a ele. Na capital baiana, além dos gritos típicos de “Fora, Temer” e de “Lula presidente”, recebeu um banho de pipoca. Talvez os orixás que o guiam sejam fortes o suficiente para evitar que parte expressiva da população não enxergue o mesmo que a oposição vê nele. Lula ainda arrasta multidões. Goste-se ou não, numa versão atualizada do “Brasil, ame-o ou deixo-o”. Este texto integra o comentário desta sexta-feira (18) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.