JBS é alvo de operação da PF; venda de ações e compra de dólares são apuradas

A Polícia Federal, em cooperação com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), realiza a operação Tendão de Aquiles nesta sexta-feira (9) que tem como alvo empresas da família de Joesley Batista, sócio da JBS. O inquérito foi instaurado em 19 de maio, após a PF ser notificada pela CVM, que divulgou publicamente a instauração de cinco processos administrativos para apuração de transações de mercado financeiro realizadas pelo grupo entre abril e maio de 2017. Segundo informações da PF, investiga ganhos que o grupo obteve no mercado por ter informações privilegiadas sobre a colaboração premiada firmada por seus sócios com a Procuradoria-Geral da República. A ação ocorre três semanas após homologação da delação, que cita, entre outras pessoas, o presidente Michel Temer. A operação começou pouco depois das 10h, com agentes na sede da JBS e da FB Participações, que é controladora da companhia. Entre as transações que teriam sido beneficiadas está a compra de dólares e a venda de ações às vésperas do conteúdo da delação vir à tona de forma parcial. Segundo informações da revista Veja, o Banco Central também apura essas movimentações. A estimativa é de que o grupo tenha lucrado mais de 600 milhões de reais horas antes do vazamento, apenas com operações de câmbio. Os investigadores buscam provas de que os negócios foram planejados com base na informação privilegiada sobre o acordo, já que os irmãos Batista sabiam que as revelações teriam impacto com o mercado. Diante desse cenário, eles teriam comprado dólares e descartando ações que perderiam valor nas horas seguintes. Se a suspeita for comprovada, os empresários podem ser presos, com penas que podem variar de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.