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Sobreviventes de massacre no Pará relatam execução e tortura

Sobreviventes de massacre no Pará relatam execução e tortura
Foto: Reprodução / Márcio Freire/Agência Pará
Sobreviventes da ação de policiais militares do Pará em que dez trabalhadores rurais morreram na quarta-feira (24) relatam que as vítimas foram rendidas e torturadas antes de vir a óbito. Os relatos confrontam a versão da PM de que houve confronto. O massacre ocorreu na fazenda Santa Lúcia, área de Pau D’Arco, então ocupada por posseiros. Segundo a Repórter Brasil, seis de quinze sobreviventes já prestaram depoimento ao Ministério Público Federal. Há dois considerados como desaparecidos. Segundo os depoimentos dos sobreviventes, o grupo de posseiros relata ter visto o comboio da polícia chegando, de longe, e correram para se esconder na mata fechada. Foi quando eles abriram uma lona preta para se proteger da chuva, que a polícia os teria surpreendido, aos gritos de: “É a polícia, porra. Quem correr, morre”. Os sobreviventes fugiram sob fogo, alguns alvejados de raspão na cabeça ou pelas costas. “A polícia chegou atirando”, foi frase repetida por mais de um sobrevivente. Um deles diz ter ouvido: “pode matar. Corre atrás, não é pra deixar um vivo”. “Eu fiquei perto, muito perto, vi o olhar de um companheiro que caiu quase por cima de mim quando levou o tiro. Era um olhar triste”, diz outra testemunha. A maioria dos sobreviventes não conseguiu ver o que aconteceu, apenas ouviu, pois tiveram que ficar escondidos. Ainda segundo a reportagem, há três anos, o Brasil é líder em mortes de lideranças ambientais e rurais. Em 2016, foram registrados 1.295 conflitos por terra, número mais alto dos últimos dez anos. Até este mês de maio, já são 36 mortes de lideranças ou ativistas do campo, sendo 12 delas no Pará.