São João do Pelô pode não ocorrer por causa de obras de requalificação, afirma Portugal
Por Bruno Luiz
Tradicional no calendário soteropolitano, o São João do Pelourinho pode não ocorrer neste ano. A informação foi dada ao Bahia Notícias pelo secretário estadual de Cultura, Jorge Portugal, nesta segunda-feira (15). De acordo com o titular da pasta, a requalificação do Centro Histórico pode ser um impeditivo para a realização da festa. “Não sei nem se vai ter o São João, porque a gente pode ter que parar para fazer a reforma do Pelourinho”, explicou Portugal. Ainda segundo o secretário, uma reunião ainda nesta segunda foi marcada para discutir o assunto. Dividido em cinco lotes, o projeto Pelas Ruas do Centro Antigo de Salvador, do governo do Estado, prevê a requalificação urbana de mais de 260 ruas da região. Caso a administração estadual decline de organizar os festejos, a prefeitura de Salvador não pretende realizá-los. Segundo o secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco, “não há a mínima chance” de isso ocorrer, pois não haveria tempo hábil para montar a estrutura da festa. “Não há a mínima chance, em um momento como esse, viabilizar um evento do tamanho do São João no Centro Histórico. A prefeitura não tem a menor condição de viabilizar essa festa em 30 dias, uma festa deste porte. Eu acho pouco provável de isso acontecer [de não ocorrer o São João no Pelô], mas, se isso confirmar, é lamentável”, afirmou. Ainda de acordo com Tinoco, apesar de a festa não garantir um fluxo significativo de turistas para a capital baiana, ela contribui para não desaquecer a economia de Salvador durante o São João, período em que os moradores viajam para curtir a festa em outras cidades, principalmente no interior do estado. “Nós entendemos que o São João é uma festa importante. Tem um atrativo regional muito intenso. Mas, do ponto de vista de garantir fluxos de turistas, não é muito significativo. Para a cidade, é uma perda, se realmente se confirmar. Porque, independentemente do fluxo turístico, tem a questão econômica. Porque se mantêm na cidade pessoas que não têm muitas opções de viajar. Não haver a festa pode potencializar ainda mais a saída de pessoas da cidade e desaquecer a economia neste período, ainda mais ali no Centro Histórico”, lamentou.