Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Geral

Notícia

Protesto: Centrais sindicais da Bahia confirmam possibilidade de marcha até Brasília

Por Ailma Teixeira / Júlia Vigné

Protesto: Centrais sindicais da Bahia confirmam possibilidade de marcha até Brasília
Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias

Apesar da avaliação positiva que as centrais sindicais fazem da greve geral e demais manifestações contra as reformas propostas pelo governo federal, tanto a pauta trabalhista quanto a previdenciária seguem em tramitação no Congresso Nacional. Diante desse quadro, os coordenadores dos protestos dão continuidade ao calendário de reivindicações a fim de pressionar os parlamentares. Além da cobrança por discussão popular sobre as reformas, algumas centrais sindicais pedem eleições diretas. A possibilidade de uma marcha até Brasília de centrais sindicais de todos os estados não foi descartada pelos coordenadores dos protestos. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Bahia, Cedro Silva, os trabalhadores estão “pagando a conta da crise econômica, política e social” com a perda de seus direitos e, por isso, a base continua mobilizada. “Todo mundo continua conversando entre si, federações, confederações, sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e populares contra esses projetos que estão sendo aprovados de uma maneira sórdida por um Congresso e um Executivo sem legitimidade para fazer isso”, criticou. O objetivo, de acordo com Cedro, é defender os direitos trabalhistas e “a eleição de um novo presidente através das eleições diretas”. “Estamos em mobilização permanente, povo na rua, mobilizações diárias, reuniões, conversando com toda a sociedade, com as instituições democráticas que defendem o direito dos trabalhadores”, afirmou. As centrais sindicais agora passam a dialogar com os senadores, que irão analisar os projetos da terceirização e trabalhista, e com os deputados, que irão analisar a reforma da Previdência: “Nós vamos para essas bases e gabinetes para construir debates, seminários e chamar os senadores para a responsabilidade com o país". O presidente da CUT também não descarta uma nova paralisação nacional. “Caso o governo não revogue as medidas aprovadas, faremos uma nova greve geral e, dessa vez, de dois dias”, ressaltou. Uma reunião entre as centrais sindicais foi realizada nesta terça-feira (2) em Brasília. Emerson Gomes, presidente da Força Sindical, foi um dos integrantes do encontro. Para ele, há chance de convocação de novas greves gerais. “Há possibilidade, sim, dependendo de como o governo vai tratar a [reforma] trabalhista no Senado e hoje vai ter a Previdência na Câmara. Mas há um indicativo, sim. Inclusive com a marcha [até Brasília]”. Para Gomes, a avaliação do apoio popular nas manifestações do dia 28 de abril e 1º de maio é positiva. “É prova de que foi a maior greve geral que esse país já teve porque é a defesa do direito à aposentadoria. A reforma da Previdência mexe com todo mundo, ela mexe com as pessoas que sobrevivem de pensão, por exemplo. A trabalhista, além disso, desconfigura totalmente a relação de trabalho e por isso nós só temos a perder”, justificou. A possibilidade de uma marcha para Brasília também foi destacada pelo presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Regional Bahia (CTB), Aurino Pedreira. O presidente afirmou que a agenda está sendo construída nacionalmente, tendo em vista que a greve geral foi um ato unificado e que diversas reuniões estão sendo realizadas. “Estamos discutindo duas alternativas: uma nova greve geral e uma ida a Brasília por todos os estados antes ou durante a votação das propostas”, explicou. Pedreira ressaltou que as centrais estaduais estão acompanhando o calendário nacional e que atividades com debates e seminários continuarão a ser realizados. “Agora estamos tendo uma conversa no Senado externando nossas ponderações, preocupações e opiniões. Estamos dialogando também com os senadores baianos; já temos a posição mais firme de Lídice da Mata (PSB). O diálogo está sendo realizado com o Senado independentemente da bandeira partidária que o senador tenha”, afirmou. A presidente da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), Marinalva Nunes, declarou que, através das articulações, alguns votos já foram alterados. “Nós conseguimos alguns. E a gente vai continuar porque ainda tem alguns parlamentares sensíveis e a gente vai ficar no pé deles explicando”, afirmou Marinalva. A presidente também destacou que está acompanhando a pauta da organização geral do movimento. “Agora caiu a ficha de que a reforma da Previdência não era para servidor público, eles pensavam que o estado era gigante, que precisa ser mais enxuto, que servidor público tem muitos direitos, e aposentava mais cedo. Agora, com o conhecimento de que vai atingir a todos, o povo está acordando e está dando esse feedback para a gente”,  afirmou.