Lula condena forma como delações premiadas são acordadas: 'Sob tortura'
Por Ailma Teixeira
Embora se defina "amplamente favorável" às investigações, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condena a forma como os acordos de delação premiada têm sido fechados entre investigados e o Ministério Público Federal (MPF). Ele ressalta que a delação deveria ser uma coisa espontânea e não um processo "sob tortura". "A delação premiada, você pega um Fernandinho Beira Mar que está preso, ele vai acusar até a mãe dele. O cara não tem perspectiva de sair. (...) ‘Se você me der o nome do Jaques Wagner, você vai ser solto’", analisa, em entrevista ao jornalista Mário Kertész, da Rádio Metrópole, na manhã desta sexta (13). Para o petista, isso induz revolta à sociedade, que comemora a mera citação do nome de políticos nos escândalos de corrupção. É o caso do ex-presidente, que foi citado nas delações da Odebrecht por suposto recebimento de propina (saiba mais aqui). "Quem vai ressarcir o prejuízo moral que essas pessoas tiveram? E se não for verdade? Quem vai pedir desculpas à gente?", pondera. Apesar das críticas, Lula afirma se sentir orgulhoso da forma como foi possibilitada a abertura de investigações contra políticos – feito que atribui ao governo petista. "A gente não estaria fazendo as investigações que se estão fazendo se não fosse o governo do PT. É obra nossa", exalta.