Documentos sugerem que Negromonte Jr. recebeu R$ 200 mil em caixa 2 em 2014

O deputado federal Mário Negromonte Jr. (PP-BA) será investigado por ter recebido, de acordo com os ex-executivos da Odebrecht, José de Carvalho Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares, R$ 110 mil de doação na campanha eleitoral de 2014. A cifra, todavia, diverge dos próprios documentos obtidos pelo Ministério Público Federal, em que constam doações de R$ 200 mil para a tentativa de Negromonte Jr. ascender à Câmara dos Deputados – em 2010 ele foi eleito deputado estadual e, após a indicação do pai, Mário Negromonte, para o Tribunal de Contas dos Municípios, herdou a cadeira e o capital político do genitor. Os números relatados na autorização para a abertura do inquérito, proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, não batem com as doações oficiais remetidas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na prestação de contas de Negromonte Jr., as doações da Odebrecht diretamente para o candidato somam apenas R$ 9,6 mil, enquanto outro empresa do grupo, a Braskem, doou R$ 80 mil por meio do Diretório Nacional do PP. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Negromonte Jr. ainda teria sido beneficiado por pagamentos oriundos da Cervejaria Petrópolis S/A, que “figuraria como intermediária entre pagamentos ilícitos e candidatos a cargos públicos”. Na prestação de contas, entretanto, a proprietária da Itaipava teria doado apenas R$ 1,9 mil reais para a campanha de Negromonte Jr.