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Secretária diz que escola boa não tem partido, mas ressalta que política é inevitável

Por Guilherme Ferreira

Secretária diz que escola boa não tem partido, mas ressalta que política é inevitável
Fotos: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

A pauta da discussão política dentro das salas de aula já chegou à Câmara Municipal de Salvador, por meio de projetos de lei a favor e contra o "Programa Escola sem Partido". Em breve, o assunto também deve alcançar o Executivo municipal, que tem na figura da secretária de Educação uma defensora da ampliação da diversidade ideológica no ensino. Em entrevista ao Bahia Notícias, Paloma Modesto afirmou que "uma escola sem partido é uma boa escola", mas ressaltou que o debate político com os estudantes é inevitável. Ela ainda criticou o peso entre os professores da tendência ideológica que motiva, por exemplo, uma greve em protesto pela reforma da Previdência (veja mais). "Acho que uma escola sem partido é uma boa escola, é uma escola de diversidade ideológica, uma escola que traz vários olhares, várias conceitos", analisou a secretária. Nesta quarta-feira (15), a Câmara aprovou um projeto de indicação que sugere a fixação de cartazes nas salas de aula e nas salas dos professores da rede municipal de ensino para indicar direitos e deveres dos docentes - entre eles, o dever de não promover entre os alunos "os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias" (veja mais). A matéria é de autoria do vereador Alexandre Aleluia (DEM) e é uma das bases do projeto de lei também de autoria de Aleluia que pede a inclusão do "Escola sem Partido" nas diretrizes da educação soteropolitana e que ainda não foi votado pela Câmara.


Projeto do 'Escola sem Partido' ainda tramita na Câmara Municipal

O projeto de indicação aprovado nesta quarta não tem força de lei. Ele serve como uma sugestão, que pode ou não ser acatada pelo poder Executivo. Ou seja, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) não é obrigada a colocar os cartazes nas salas de aula de imediato. Paloma evitou comentar o texto do vereador sem antes "fazer uma leitura atenta" e não adiantou se vai acatar a sugestão de Aleluia. No entanto, ela compartilha da opinião que as salas de aula precisam da mais correntes de pensamento em suas discussões. "Em relação às escolas, há alguma tendência sim. A gente vê inclusive a deflagração de uma greve nas escolas estaduais e municipais públicas por conta de reformas. Direito de greve é um direito constitucionalmente previsto, mas é uma greve que vai prejudicar os estudantes e seus familiares e que é um desrespeito em absoluto a aspectos educacionais. Não está falando de condições de trabalho, não está falando de salário, não está falando de nada. Eu vejo, nesse sentido, um aspecto ideológico que não é favorável à educação", analisa a gestora. Por outro lado, ela ressalta que é impossível fugir da política na escola. “É intrínseco ao ser humano. A gente faz política. Mesmo se disser que não gosta de política já estamos fazendo política", explica. Nomeada titular da Smed no início deste ano, Paloma pensa em conversar com os vereadores sobre o projeto do "Escola sem Partido" - este sim com força de lei -, que se encontra atualmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Logo no início do ano, em resposta a Aleluia, a vereadora Marta Rodrigues (PT) encaminhou o projeto da "Escola Livre", e é possível que as discussões fiquem mais acaloradas no momento em que as matérias chegarem ao plenário. No entanto, o tema ainda não marca presença nas reuniões entre a secretária de Educação e sindicatos de professores. "Tenho estado muitas vezes com professores e o assunto ainda não veio à tona", assegura.