Eleição da UPB confirma que máquina estatal é força expressiva no duelo entre Rui e Neto
Por Fernando Duarte
Foto: Lourival Custódio/ UPB
A fala mais emblemática da eleição da União dos Municípios da Bahia (UPB) aconteceu na manhã desta quarta-feira (25), quando o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), garantiu que a disputa pelo comando da entidade não envolvia o próximo pleito, em 2018 (veja aqui). Potencial candidato ao governo, ACM Neto tentou usar a estratégia de se desvincular de um embate cuja aposta do grupo político a que pertence ficou com um azarão, o prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro (PDT). Porém a ausência dele nas discussões recentes da UPB mostra que a simples aproximação já reflete uma mudança de postura. Até a escolha de um pedetista, sigla que se distanciou do próprio Neto, é simbólica. Pinheiro, no entanto, não teve um desempenho ruim. Ex-deputado estadual, Eures Ribeiro (PSD) era franco-favorito a suceder Maria Quitéria no comando da UPB e contava com o apoio dos principais caciques que compõem a base aliada do governo do estado, incluindo o governador Rui Costa (PT). Filiado ao PSD, maior partido em número de prefeituras nas eleições de 2016, Eures tinha o vento soprando a seu favor e garantiu 206 votos. Luciano obteve 139 votos. Foi um alerta para o virtual adversário de Neto em 2018, o governador Rui Costa, de que os partidos e prefeitos do entorno do prefeito de Salvador não são um número desprezível. Se as 41 abstenções forem consideradas – parte delas de gestores que preferem não ficar mal nem com Rui nem com Neto -, a disputa na UPB foi um bom teste para os articuladores de ambos os lados.