Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Geral

Notícia

Estudante que recebeu diploma de salto alto descreve 'tutorial' de homofobia no ITA

Estudante que recebeu diploma de salto alto descreve 'tutorial' de homofobia no ITA
Foto: Reprodução / Facebook
O estudante Talles Oliveira Faria, que recebeu o diploma do Instituto Tecnológico da Aeronáutica de salto alto e vestido, escreveu em seu perfil no Facebook um "tutorial" de como funciona a homofobia na instituição das Forças Armadas. O aluno de Engenharia da Computação recebeu o diploma com vestido rosa, salto alto e maquiagem, em protesto contra a violência psicológica e atos homofóbicos que existem na instituição. "Senti como a homofobia acontece nas Forças Armadas através da invisibilidade, da chacota e da expulsão daqueles que ousam se abrir em relação à sua orientação sexual. Assim, se passam os anos e os homossexuais lá presentes precisam levar uma vida marginalizada e escondida para que não o descubram e o eliminem", relatou o jovem de 24 anos. O "tutorial" conta com cerca de 20 itens que desconstróem a tese de que "a Aeronáutica não é homofóbica", como a perseguição e a chacota de estudantes gays assumidos. "A Aeronáutica não é homofóbica, mas os instrutores e militares em posições de poder desejam boas férias com as namoradas, fazem piadas com puteiros e quando citam homossexuais é pra debochar e dizer que 'chave com chave não abre porta'", enumerou. "A Aeronáutica não é homofóbica, mas 'não existe elétron triste, não tem elétron com problemas psicológicos, não tem elétron gay', disse certo professor", continuou o jovem. "A Aeronáutica não é homofóbica, mas quando descobriram que dois amigos meus estavam namorando na EPCAR, tiraram um deles do Código de Honra e começaram a perseguir o outro com punições", acrescentou. A colação de grau de Faria aconteceu no último sábado (17). De acordo com a Folha, diversas punições fizeram com o que o jovem de desligasse da carreira militar no meio do curso, onde ganhava R$ 6 mil, para não ser expulso da faculdade. O ato de protesto aconteceu na hora do intervalo e reuniu outros colegas que carregavam cartazes contra o preconceito. Durante o curso, o jovem havia sido processado por agredir "o decoro da classe, protagonizando cenas vulgares" e recebeu outros seis processos de punição na sequência, inclusive por postagens suas no Facebook e por "agredir símbolos religiosos". "Tive que deixar de ser militar porque só me deram essa alternativa. Ou pedia o desligamento da Aeronáutca ou iam me expulsar do ITA e da FAB [Força Aérea Brasileira]", disse. A Aeronáutica nega que tenha havido perseguição. "[...] A abertura dos processos de apuração de transgressão disciplinar nada tem a ver com a sua orientação sexual, mas sim com a conduta e atitudes", disse a instituição.