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Policial que dirigia Uber diz que não fez nada errado ao matar assaltantes: 'Não tive opção'

Policial que dirigia Uber diz que não fez nada errado ao matar assaltantes: 'Não tive opção'
Foto: Reprodução / YouTube
O policial militar que matou três homens que anunciaram assalto enquanto ele dirigia um Uber não se sente culpado pela situação. Marcos Diniz (nome fictício), policial desde 1999, relatou à Folha que dirigia o Uber há dez dias quando aconteceu o incidente. Todos os dias ele ia sem arma, até que resolveu dirigir armado naquele dia específico porque ia comemorar o aniversário de relacionamento com a esposa à noite e optou por rodar pela região, para não forçar muito. "Eu moro e trabalho na periferia, sou conhecido. Há vários relatos em que o policial de folga é identificado e corre risco. Fiz três corridas, estava encerrando, quando teve uma nova chamada. Apareceu o nome de uma mulher, Cida. Cheguei e vi três rapazes. Um me chamou pelo nome. Perguntei se tinha sido ele que solicitou e ele faluo que tinha sido a tia. Associei ao nome e pedi para entrarem. Disseram que antes passariam em um lugar para pegar uma moça, e paramos a uns 500 metros", lembrou. Conforme relatou, o passageiro da frente desceu e disfarçou. Em seguida um dos passageiros do banco de trás deu uma coronhada no policial e anunciou o assalto. O primeiro criminoso voltou para o carro e pegou os celulares. "Aí o de trás me bateu de novo. Olhei, na torcida de que fosse um simulacro, e vi a munição dentro do tambor do revólver. Pensei: 'Deus do céu, me protege'. Comecei a pensar onde pegaria o tiro. Até aí, não pensava em reagir", acrescentou. Depois que percebeu a porta aberta e que o terceiro passageiro havia descido, Diniz pisou na sua arma, que estava no chão, para que os criminosos não a vissem. O policial relatou que tentou conversar, mas foi atingido pelo cano da arma no ouvido e o criminoso do lado de fora o puxou. Nesse momento, ele pegou a arma e o alvejou. "Desci e dei o segundo disparo, pega de raspão no rosto dele. Aí fui no carro. Quando abri a porta, ele estava deitado, com a arma apontada pra mim, tentanto atirar. Vi o cano da arma na minha cara. Não sei o que aconteceu. O revólver só tinha três munições em um tambor de seis. (...) Tirei o corpo e, quando vi que não disparou, voltei e alvejei ele. Foram quatro disparos. Um pegou no rosto e três nas costas", contou. Em seguida o policial contou ter visto o terceiro criminoso correndo e atirou, achando que ele estava armado; o terceiro tiro disparado o atingiu. Depois Diniz passou a procurar o primeiro assaltante e o encontrou caído. "Pensei na arma e voltei para o veículo. Ela estava do lado do rapaz no chão. Abaixei e peguei. Nesse momento, a única coisa que me lembrei foi das coronhadas. Acho que por isso que tive aquele desabafo. Falei: 'Você quase me matou!'. E dei um chute [na cabeça do criminoso]. Em outra situação, se fosse uma pessoa despreparada, teria executado ele lá. Não tenho dúvida nenhuma", continuou o policial, que garantiu que não reagiiria, se estivesse acompanhado. Quanto às críticas recebidas, Diniz disse que não se incomoda, já que elas vêm de pessoas ligadas aos direitos humanos e aos infratores. "Eu não escolhi matar ninguém. Eu não tive opção. (...) Fui criado na periferia com dificuldade, sou de geração humilde e nem por isso algum dos meus irmãos saiu para fazer algum tipo de atividade criminosa. Sempre aprendemos na legalidade, tudo que temos é com suor", finalizou.