Palocci e Odebrecht negociaram compra de terreno que seria para o Instituto Lula, diz PF
Por Estela Marques
Atual sede do Instituto Lula | Foto: Heinrich Aikawa
Preso na manhã desta segunda-feira (26), o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff (PT) Antonio Palocci negociou com Marcelo Odebrecht a compra de um terreno que seria implementado o Instituto Lula. O local não é o mesmo onde hoje funciona o instituto. Investigadores da Polícia Federal afirmam que Palocci recebeu de Branislav Kontic, seu assessor na época em que era ministro, documentos encaminhados via e-mail por Odebrecht com títulos “Prédio Institucional”, “Prédio do Instituto” e uma planilha intitulada “Edifício”. “As provas até agora colhidas apontam que, além dos pagamentos realizados em favor de Monica Moura e João Santana no interesse do Partido dos Trabalhadores, os subornos repassados a Antônio Palocci também envolveram a aquisição do terreno inicialmente destinado à construção da nova sede do Instituto Lula, referido na planilha pela rubrica ‘Prédio (IL)’”, explicou o delegado Filipe Halle Pace. A procuradora da República Laura Tessler acrescenta que a participação de Palocci no processo é comprovada por e-mails. “Palocci foi constantemente consultado e informado sobre os procedimentos que estavam sendo realizados para compra deste terreno. E-mails demonstram que Palocci era consultado, documentos eram encaminhados a ele, preocupações da empresa eram divididas com ele”, acrescentou. Segundo ela, em uma planilha dedicada aos pagamentos feitos a Palocci está registrada despesa de R$ 12 milhões, que coincide com valor de avaliação do terreno, R$ 10 milhões, acrescido de dívida existente à época com a prefeitura, de R$ 2 milhões.