Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Geral

Notícia

Polícia conclui que empresário alvo da Operação Turbulência se suicidou

Polícia conclui que empresário alvo da Operação Turbulência se suicidou
Foto: Bruno Marinho / G1
O empresário Paulo César de Barros Morato, 47, um dos alvos da Operação Turbulência, da Polícia Federal (PF), cometeu suicídio no dia 21 de junho. Essa é a conclusão da Polícia Civil de Pernambuco sobre a morte de Morato, cujo corpo foi encontrado no dia seguinte à deflagração da operação, em um motel de Olinda, região metropolitana do Recife (entenda aqui). O caso foi detalhado nesta terça-feira (30), em entrevista coletiva na sede da Polícia Civil, na capital pernambucana, e o inquérito foi concluído depois de mais de dois meses da morte do empresário. De acordo com a Agência Brasil, o corpo de Morato foi encontrado em um motel de Olinda, no dia 22 de junho, e a conclusão foi apresentada pela delegada da 9ª Delegacia de Homicídios de Olinda, responsável pelo caso, Gleide Ângelo, a perita criminal Vanja Coelho e a promotora do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) Rosângela Padela. A causa da morte já havia sido divulgada. Exames periciais realizados nas vísceras do empresário identificaram envenenamento por organofosforado, substância encontrada em pesticida de conhecido popularmente como “chumbinho”, de venda proibida no Brasil. Não havia ainda, no laudo, a informação de suicídio ou homicídio a partir do veneno. Com a análise de todas as outras provas do caso, a delegada garantiu: “O inquérito tem 537 páginas. Eu não tenho a menor dúvida de que foi suicídio. Eu não tenho nenhum indício, em nenhum fato, depoimento, denúncia, nada, de que alguém tenha cometido crime contra Morato. E as imagens falam por si só. A gente teve a sorte de ter, nesse estabelecimento, 16 câmeras.” Um dos principais indícios levados em conta pela polícia foi a análise de provas para identificar se alguém entrou ou saiu do quarto no período de tempo entre a chegada do empresário e a constatação da sua morte. De acordo com Gleide Ângelo, os relatos coincidem com o filmado: não há uma segunda pessoa no local da morte em nenhum momento. O histórico do empresário também foi analisado, principalmente uma tentativa anterior de suicídio, ocorrida em 3 de março de 2015, que teria sido motivada por problemas financeiros. Morato foi encontrado quase sem vida no apartamento de um amigo no Recife. As características do corpo, que não apresentava sinais de violência, mas um leve sangramento nasal e fezes, também coincidiriam com os efeitos do chumbinho no organismo. Os peritos argumentaram ainda, em seus laudos, que Morato tinha diabetes, hipertensão, obesidade mórbida e outros problemas de saúde que podem ter contribuído para o desfecho do suicídio, tornando o veneno ainda mais fatal. Morato deveria ter sido preso no dia 21 de junho, sob suspeita de atuar como um testa de ferro da organização, fato também atribuído a Morato. De acordo com a PF, a investigação da Turbulência identificou um esquema de lavagem de dinheiro formado por uma rede complexa de empresas, a maior parte de fachada, que movimentou R$ 600 milhões desde 2010. O ponto de partida da investigação foi a compra do avião Cessna Citation PR-AFA, usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial de 2014. Campos e mais seis pessoas morreram na queda do avião, em agosto de 2014, em Santos, São Paulo.