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‘Boinha' e ‘Poca Urna’: Candidatos a prefeito apostam em nomes inusitados na Bahia

Por Bruno Luiz

‘Boinha' e ‘Poca Urna’: Candidatos a prefeito apostam em nomes inusitados na Bahia
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Abr
Você, caro eleitor, votaria em João de Furão (PSDB)? Gostaria de ter um “craque” como Cafu (PSD) governando sua cidade? Já pensou em ter um Mister Cuca (PSOL) como prefeito? Para os moradores dos municípios de Ibititá, Conceição da Feira e Itabuna, respectivamente, ter figuras como estas no comando das prefeituras pelos próximos quatro anos não é uma realidade muito distante. Eles são candidatos a prefeito nas eleições municipais de 2016 e é assim que se apresentam nas urnas. Entretanto, a excentricidade nos nomes dos prefeituráveis não é exclusividade destes locais. Os 417 municípios baianos têm, para dar e vender, postulantes com alcunhas, no mínimo, inusitadas. Se em 1960 o candidato a presidente Jânio Quadros jogava pó sobre os ombros para simular caspa e assim parecer mais popular, nestas eleições alguns deixaram de lado a sutileza na estratégia de se mostrar do povo. A "caspa" de 2016 é anexar nos nomes de batismo político a locução "do povo". Em Camacan tem Aroldinho, Nei em Caatiba, Jace em Conceição de Feira e Pim em Lajedinho, todos “do Povo”. Se os eleitores vão acreditar nesta seborreia verbal dos candidatos, só o resultado das urnas vai mostrar. Já em Antas, Bonito, Brejões e Mascote os candidatos seguiram por outra verve. Nesses municípios, não têm prefeiturável do povo, mas sim de “fulano e beltrano”. É que eles preferiram se aproveitar do capital político de apoiadores. São os casos de Roberta de Agnaldo (PP), Reinan de Lourinho (PSD), Sandro de Juca (Rede) e Toni – Filho da Profª Vanilda (Rede), respectivamente. No nordeste da Bahia, teve até quem invocasse a história para se submeter ao voto popular. De Cuba para Aramari, Fidel (PMDB), uma referência ao principal líder da Revolução Cubana, Fidel Castro. Em Caculé, há candidato convencido sobre sua força nas urnas. Tanto é que Pedro Dias da Silva acha que o Adversário é Pedrão (PRTB), forma como o confiante prefeiturável se apresenta à população. Clécio Barros também está tão seguro quanto à sua vitória que acredita ser um Poca Urna (PTN) lá em Itarantim. Para ganhar o apoio popular, há candidatos que apelam também para as profissões que escolheram. No quesito saúde, por exemplo, se as populações de Alcobaça, Camacan, Coração de Maria e Cristópolis tinham do que reclamar, agora parecem estar bem servidas. Entraram na disputa até hospital, farmácia e ambulância. Caso alguém precise de uma internação, tem Marinalva do Hospital (PRB). Necessitando de socorro, é só entrar em contato com Oziel da Ambulância. Precisa de remédio? Opções de onde comprar não faltam, com Luciano da Farmácia (PSB), Paim da Farmácia (PT) e Gilson da Farmácia (PSD). Já em Arataca os eleitores podem contar com os serviços de Roberto da Farinha (PDT) e, em Biritinga, usar os préstimos do xará, mas em outra seara, com Roberto dos Transportes (PSD). Em Itapitanga, tem o Pecuarista (PSL), representado na figura de Moacir Fernandes da Silva. No município de Fátima, há candidato querendo por um sorriso nos lábios da população, caso de Manoel Messias Vieira, o Sorria (PP). Nesta miscelânea de nomes, os eleitores podem contar também com velhos conhecidos. Ele pode não ser Diego, mas é o Beto Maradona (DEM), alcunha que José Roberto Neves adotou para a corrida eleitoral em Caculé. Em Correntina, tem candidato querendo nocautear os adversários nas urnas: caso de Maguila, do PCdoB. Em Camaçari, o Nilton da Resistência (PSOL) resolveu se inspirar no correligionário, o vereador de Salvador, Hilton Coelho, que ficou famoso pelo jingle usado nas campanhas em que tratava a cidade como “capital da resistência”. Em Canavieiras, tem candidato de Boinha (PSL). Já na cidade de Encruzilhada, mesmo sendo um Tiquinho (PDT), Hildérico de Souza Ferraz Nogueira pretende obter o comando da cidade. Em meio a tantos nomes bem-humorados, resta saber se o eleitor, no dia 2 de outubro, vai optar por elegê-los ou fazer de suas candidaturas não terem ido além de belas piadas.