Mulheres representam apenas 14,48% dos postulantes às prefeituras da Bahia
Por Luana Ribeiro
Foto: Agência Brasil
Apenas 14,48% dos postulantes às prefeituras do estado nas eleições deste ano são mulheres, de acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número considera todos as candidaturas registradas junto à Justiça Eleitoral. No caso dos ocupantes da vice nas chapas, o número é ligeiramente maior: 16,27%. Os índices expressam a baixa mobilização das mulheres na concorrência a cargos eletivos – neste sentido, a legislação prevê inclusive um dispositivo que determina uma cota de 30% nas chapas – o número foi alcançado levando em consideração as candidaturas a vereador e o cômputo geral: 30,78% dos candidatos a todos os cargos são mulheres. A prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria, reeleita em 2012 e presidente da União de Municípios da Bahia (UPB), foi uma exceção e aponta que, para além do machismo, as dificuldades de gestão e custeio podem estar influenciando na baixa adesão de mulheres na disputa. “Infelizmente, o cenário político hoje e o descrédito, principalmente com relação a prefeitos. Temos vivido muitos problemas de gestão por causa da falta de autonomia que os municípios estão vivendo por conta da concepção dos programas do governo federal, os prefeitos perderam o poder de decisão”, avalia, pontuando que as mulheres tem um “nível de comprometimento maior” e por isso pensaria mais antes de se lançar à corrida eleitoral. “Como ser prefeita de uma cidade se você não vai poder resolver ou tentar resolver os problemas”. De acordo com Quitéria, por essa razão, várias mulheres atuantes na política resolveram deixar suas carreiras eletivas em modo de espera.
Foto: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias