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'Não chegaram', diz Dilma, sobre limite de seu corpo durante torturas durante a ditadura

'Não chegaram', diz Dilma, sobre limite de seu corpo durante torturas durante a ditadura
Foto: Reprodução / SBT Repórter
A presidente afastada Dilma Rousseff revelou detalhes sobre as sessões de tortura que sofreu durante o período no qual foi presa, durante o regime militar, em entrevista concedida ao SBT Repórter, veiculado neste domingo (22). “Todo objetivo é esse. É fazer você falar aquilo que você não quer falar. Eles querem nomes, o lugar onde encontrar essas pessoas. O objetivo da tortura é te quebrar”, afirmou ela, que citou uma comparação feita por uma companheira de cárcere, ao falar sobre o limite do corpo sob tortura. “Eu tive uma companheira que dizia o seguinte: a gente não fala porque eles não chegaram ao nosso limite. Porque senão não é possível”, contou. Ao ser questionada sobre seu limite, Dilma sugeriu que não chegou a delatar seus companheiros. “Eu não sei, não chegaram [ao seu limite]". A presidente foi presa em 1970, aos 23 anos, e ficou no Presídio Tiradentes por três anos. Ela ainda explicou como conseguiu sobreviver ao período. “Eles te interrogam, eles te xingam, porque a tortura...como é que você suporta a tortura? Você suporta falando assim só: daqui a cinco minutos eu não vou aguentar.  E daí a cinco minutos, você fala: mais cinco minutos. Aí dali a cinco minutos, você torna a falar mais cinco minutos. E aí você vai esticando o tempo. Porque se você imaginar que vai ficar naquilo por mais 20, você não segura. Por mais 30, você não segura. É o infinito, 30  minutos”, esmiúça. Entre as técnicas utilizadas contra ela, estão pau de arara, palmatória e choques elétricos – esta citada como a pior e a que mais sofreu. “Era praxe”. Dilma avaliou ainda a intensidade da dor que sentiu naqueles momentos. “A imagem mais marcante que eu tenho é que a dor é confusa. A dor não é nítida. A dor – muita dor – não é nítido. Você não tem uma imagem. É como se fossem todas as coisas se misturando”, explica.